segunda-feira, 13 de maio de 2013

Seca: Os políticos são os que se dão bem com o sofrimento do Sertanejo

A seca escalou o Congresso Nacional. Para debate. Não mais do que isso. na Câmara dos Deputados, sob a presidência do parlamentar potiguar Henrique Eduardo Alves (PMDB). Discursos inflamados, de lado a lado.
Governistas afirmando que a presidente Dilma Rousseff (PT) tem feito muito, apresentando números: já foram investidos R$ 13 bilhões no combate aos efeitos da estiagem prolongada e a soma chegará aos R$ 35 bilhões, segundo o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra.
Oposicionistas, línguas afiadas, rebateram com ironia.
O deputado Ronaldo Caiado, da bancada ruralista e do DEM de Goiás, saiu com esta, depois de ouvir as maravilhas de Bezerra: “Pelo que estamos vendo, a culpa é do produtor rural?” Como o produtor pode pegar empréstimo nos bancos oficiais se ele está inadimplente? Questionou. De resto, o bate boca improdutivo.
A audiência da seca “choveu no molhado”, ou seja, não serviu para nada. Ou melhor, serviu: para sugestões ocasionais que se desaparecem na desilusão do homem do campo, do tipo: formar comissão para tratar de projetos de convivência com a seca.
Peraí!
Essa ladainha é tão antiga quanto o sofrimento de quem depende dos pingos de água que caem do céu.
Pois bem…
O governo vai continuar fazendo o que já está fazendo. Ações de resultados imediatos, porém paliativos, e investimentos que certamente trarão resultado no futuro, como a construção de barragem, açudes, perfuração de poços, construção de cisternas, entre outras. São importantes, não há dúvida.
Agora, a convivência com a seca exige muito mais do que isso.
É preciso que o governo desenvolva políticas no campo, permitindo que as famílias de produtores possam desenvolver as suas atividades mesmo no período de estiagem prolongada como agora. Essa proposta é antiga, resgatada e explorada a cada seca que surge, mas, infelizmente, não sai da retórica para a prática.
Por quê?
O sentimento que passa é que os governantes, políticos, com ou sem mandato, se dão bem em cima do sofrimento sertanejo. Quem chega com a cesta básica para matar a fome do flagelado é rei. E quem nada faz, procura se dar com discurso de ocasião, criticando governo e prometendo “fazer diferente” quando for governo.
para a plateia, como essa iniciativa de gestores municipais de fechar as prefeituras como forma de protesto.
Não é por aí.
Porém, a cena se repete e insiste em se perpetuar. É aquela história de político-politiqueiro: o sofrimento do povo pobre rende voto.
Por: César Santos, Jornal de Fato

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