A deputada federal Fátima Bezerra admite e, mais do que isso, deseja
ser candidata ao Senado nas eleições do próximo ano. Em entrevista ao
jornal 96, da 96 FM de Natal, a deputada petista disse que o partido tem
“musculatura política e densidade” para encarar a disputa majoritária e
que tem o apoio da direção nacional.
Embora continue dizendo que é candidata a renovar o mandato de deputada
federal, a professora Fátima Bezerra já não esconde a empolgação com a
possibilidade de disputar uma cadeira no Senado. Ela contou, inclusive,
que foi abordada pelo presidente nacional, Rui Falcão, em recente
evento do partido. Depois de dizer que o partido estava sabendo que ela
poderia ser candidata ao Senado ou ao Governo, Falcão teria afirmado que
a direção nacional do PT prefere que ela dispute a senatória.
Para Fátima, a abordagem e afirmação do presidente nacional do partido
mostram que o PT vem realizando o trabalho de mapeamento do cenário
político com vistas às eleições de 2014. Ela repetiu o discurso petista
segundo o qual a prioridade é a reeleição da presidente Dilma Roussef.
Mas, disse também que está na hora de o PT do Rio Grande do Norte
acompanhar o crescimento que a legenda vem experimentando nacionalmente.
CONVERSAS
Na noite desta quinta-feira (23), a comissão política formada por
Fátima Bezerra, o deputado estadual Fernando Mineiro, o vereador Hugo
Manso, o presidente estadual, vereador Eraldo Paiva, além de outros
integrantes, recebeu uma comitiva do PSD, último dos quatro partidos
procurados pelo PT para conversar sobre as eleições de 2014.
Aguardado para conversar, o presidente estadual do PSD, vice-governador
Robinson Farias e declaradamente pré-candidato a governador, não chegou
sozinho à sede do PT no Barro Vermelho, bairro da região central de
Natal. Estava acompanhado do filho Fábio Farias, deputado federal, dos
deputados estaduais Gesane Marinho e José Dias e vários prefeitos
eleitos pela legenda.
Adversários em muitas eleições, em que frequentaram palanques
diferentes, Fátima Bezerra e Robinson Faria nunca estiveram tão
próximos. PT e PSD, criado por inspiração do ex-prefeito de São Paulo,
Gilberto Kassab, convergem quando o assunto é a reeleição da presidente
Dilma. E convergem também no plano local quando defendem a tese de que
as oposições ao governo Rosalba Ciarlini devam se reunir e apresentar
uma chapa forte e coesa, com condições de vitória. Fátima Bezerra sonha
com o Senado, Robinson Farias é candidato ao governo, principalmente
depois do rompimento com a governadora em outubro de 2011.
O encontro com Robinson e a comitiva do PSD concluiu a primeira rodada
de conversas com os partidos que fazem oposição ao governo Rosalba
Ciarlini e que também figuram entre os estão na base política do governo
Dilma Roussef. Antes, do PSD, a comissão política do PT se encontrou
com o PDT do prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, com o PC do B do
vereador George Câmara e com o PSB da vice-prefeita de Natal Wilma de
Faria e ex-governadora.
Desses prováveis aliados nas eleições de 2014, segundo observou Fátima
Bezerra, o único “porém” diz respeito ao PSB, cujo presidente nacional, o
governador pernambucano Eduardo Campos, ensaia, discursa e pinta como
candidato a presidente da República. A deputada federal petista disse
que dirigentes e parlamentares do PSB potiguar gostariam que o partido
apoiasse a reeleição da presidente Dilma, mas não hesitará em acompanhar
Campos no seu projeto eleitoral.
CRÍTICAS AO PMDB
Quanto ao PMDB, Fátima Bezerra reafirmou que o PT decidiu não esperar
pelo partido presidido no Rio Grande do Norte pelo deputado federal
Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara dos Deputados. Ela foi
enfática ao considerar “incoerência” e “contradição” políticas o fato de
o PMDB fazer parte do governo federal e, no Estado, apoiar o governo do
DEM cujo presidente nacional é o senador José Agripino Maia “que faz
uma oposição sistemática e raivosa” ao governo da presidente Dilma e do
vice-presidente Michel Temer, do PMDB.
Fátima Bezerra praticamente creditou ao deputado Henrique Alves a
decisão de continuar apoiando o governo democrata. Disse que o senador
licenciado e ministro Garibaldi Filho mostra desconforto no apoio do
PMDB a Rosalba Ciarlini e defende o rompimento.
Enquanto é obrigado a conviver e aceitar as posições antagônicas do
PMDB nos planos federal e estadual, o PT vai ampliar as conversas com os
partidos que considera mais próximos de formar uma aliança eleitoral.
Fátima Bezerra defende que a partir de junho o PT e os demais partidos
deverão montar agenda conjunta de encontros e debates em várias regiões
para começar a construir as bases da futura aliança, começando por
propostas de governo.
A deputada federal Fátima Bezerra, que será homenageada nesta
sexta-feira numa festa de aniversário denominada “Escrito nas Estrelas”,
mostrou, definitivamente, que tem pressa.
fonte De fato.com
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