domingo, 26 de maio de 2013

Cenário político para 2014 depende do rumo que o PMDB tomar no final do ano

Na atual conjuntura política do Rio Grande do Norte o controle das articulações está nas mãos do PMDB. Nenhuma liderança se movimenta sem levar em consideração a possibilidade de uma aliança com o partido.
Isso se deve à posição dúbia da legenda. De um lado o ministro Garibaldi Filho e os deputados estaduais criticam a governadora Rosalba Ciarlini (DEM). Do outro, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB), faz coro às críticas, mas defende a manutenção da aliança.
Por conta desse cenário, todos esperam pelo PMDB. O caso do PT é emblemático. A legenda abriu uma rodada de conversas com os partidos de oposição. Já esteve com PC do B, PDT, PSB e PSD. O PMDB sempre esteve na pauta e a expectativa sobre uma conclusão da conversa sempre terminou condicionada à legenda.
A indefinição do PMDB é um fator que atrapalha a vice-prefeita do Natal, Wilma de Faria (PSB). Ela fala em ser candidata a deputado federal, mas seu desejo é disputar o Governo do Estado. Em conversas reservadas, ela tem dito que só não disputaria a chapa majoritária se Garibaldi não for candidato.
O PT também tem seus anseios junto ao PMDB. A legenda tem como projeto principal em 2014 levar a deputada federal Fátima Bezerra ao Senado. Para isso conta com o apoio peemedebista. O PT estaria disposto a apoiar um nome do partido para o Governo do Estado em troca do apoio à petista.
O vice-governador dissidente Robinson Faria (PSD) também está em compasso de espera. Ele quer disputar o Governo. Tem dito que o PMDB seria fundamental para o projeto dele. Ele já deu declarações afirmando que estaria disposto até a abrir mão de ser cabeça de chapa para um nome do PMDB sob o argumento de que não quer se impor como candidato.
Até mesmo partidos governistas estão à espera do PMDB. No PR, o deputado federal João Maia já declarou que em 2013 não discute rompimento. Todos sabem que ele vai para onde o PMDB for e está dando um tempo.
O presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Motta, e Raimundo Fernandes, que estão de saída para o PP (legenda que já anunciou que não faz parte do governismo), tanto podem ficar com a governadora quanto com o PMDB em caso de rompimento. Neste caso a tendência é que eles acompanhem o PMDB porque o governo estaria enfraquecido.
Governadora depende do PMDB para governar
A governadora tem total dependência de uma aliança com o PMDB ainda sustentada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves.
Única chefe de Executivo estadual filiada ao DEM, Rosalba tem no PMDB a única forma de chegar aos recursos federais. Por conta disso, Rosalba chegou a se recusar a participar da propaganda partidária do DEM por se recusar a fazer críticas à presidente Dilma Rousseff.
A força do PMDB no Rio Grande do Norte é muito além do simples elo entre governos estadual e federal. O partido elegeu 51 prefeitos nas últimas eleições. Isso corresponde a quase um terço dos municípios do Rio Grande do Norte.
A legenda tem o maior número de vereadores em 2012. Foram 336 eleitos, 134 a mais que o PSB, que ficou em segundo lugar no ranking.
Em 2010, o PMDB elegeu a maior bancada da Assembleia Legislativa. Dos seis parlamentares eleitos, José Dias migrou para o PSD e Poti Júnior foi indicado para o Tribunal de Contas do Estado (TCE), abrindo vaga para Kelps Lima (PR).
Sem contar a presença do ministro da Previdência, Garibaldi Filho, um dos com melhor avaliação no Governo Federal; o presidente da Câmara dos Deputados e um senador.
Além disso, a legenda exerce influência sobre o PV do senador Paulo Davim e no PR de João Maia.

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