da Agência Brasil
Brasília – Diante do impasse no
Senado, que não decidiu se começa a leitura em plenário das medidas
provisórias (MPs) 605 e 601, o que viabilizaria a votação dos textos
amanhã (29), a chefe da Casa Civil da Presidência da República, ministra
Gleisi Hoffmann, lamentou ter sido essa a decisão dos parlamentares,
mas disse que o governo garantirá a entrada em vigor das políticas
previstas nas MPs, mesmo que elas não sejam votadas.
A MP 605 permite o uso de recursos da Conta de Desenvolvimento
Energético (CDE) para compensar descontos concedidos a alguns setores na
estrutura tarifária e viabilizar a redução da conta de luz, vigente
desde janeiro deste ano. Já a MP 601 desonera a folha de pagamento de
vários setores da economia.
As MPs chegaram nesta tarde ao Senado, logo após terem sido votadas
na Câmara, mas vencem na próxima segunda-feira (3), e o presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tem compromisso firmado com todos os
senadores de que não leria mais MPs que chegassem com menos de sete dias
para apreciação. Renan garantiu que cumprirá o acordo firmado
previamente.
Segundo Gleisi, embora lamente que duas medidas provisórias
importantes não tenham sido colocadas em votação, o governo garante que
não há risco para a redução da tarifa de energia. "A população não
precisa se preocupar. O governo tem os mecanismos para garantir a
redução da tarifa até encontrar uma solução legislativa adequada”, disse
Gleisi, em rápida declaração no Palácio do Planalto.
No caso das desonerações, Gleisi admitiu que, até ser encontrada
outra solução, alguns setores perderão o benefício, que estava em vigor
com a medida provisória.
“Faremos um esforço grande para que as desonerações previstas na MP
601 possam ter efeito na sequência. Infelizmente, teremos um período em
que elas não terão efeito, tanto para a construção civil, quanto para o
Reintegra [Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para
as Empresas Exportadoras] e para outros setores que estavam lá sendo
beneficiados", disse Gleisi. Ela reiterou que o governo se esforçará
para que esses setores voltem a ter os benefícios o mais rápido
possível.
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