segunda-feira, 20 de maio de 2013

Vereador quer impeachment e cassação do registro de médica da governadora

O vereador Fernando Lucena, do Partido dos Trabalhadores, defendeu na manhã deste sábado que os deputados estaduais instalem um processo de impeachment contra a governadora do Estado, Rosalba Ciarlini (DEM), de responsabilização pelas mortes de crianças por falta de atendimento médico nos hospitais pediátricos.
Em pronunciamento esta semana à Câmara Municipal de Natal, o vereador acusou a governadora de ”genocídio”, diante do fechamento do setor de pediatria do Hospital Santa Catarina, na Zona Norte. ”Governadora, a senhora deveria ser alvo de um impeachment, pelo genocídio que está acontecendo nos hospitais sob a custódia do Estado”, esbravejou o vereador, durante discurso na Casa.
Em contato com O Jornal de Hoje na manhã deste sábado, Lucena explicou que o pedido de impeachment foi sugerido por ele ”com base na calamidade pública da saúde, e no desmantelo da segurança pública”. Ele argumentou como “insustentável a situação da segurança e da saúde” no Estado.
Na sua avaliação, “a ameaça de fechamento do Pronto Socorro do Hospital Santa Catarina é uma agressão e um genocídio contra as crianças da Zona Norte”.  Ele disse que, com isso, a população terá de se deslocar da Zona Norte para o Centro Sandra Celeste, na Zona Oeste, ainda passando pelo risco de chegar e não ser atendida. “Já pensou uma mãe com uma criança com 40 graus de febre ter que vir para a Zona Oeste, sem saber se será atendida, porque às vezes chega e não tem condições.
Isso numa cidade com 800 mil habitantes como é Natal”, criticou o parlamentar. Na área de segurança pública, Lucena lembra que 95% dos homicídios que ocorrem no Estado não são apurados. “Ou seja, o que é que a governadora está fazendo, o que fez em três anos? Não cumpre a lei do plano de carreiras. Que houve com o dinheiro do estado?
Com Micarla nesta situação de Rosalba nós botamos dois impeachments na Câmara. Não sei por que a Assembleia não tomou uma iniciativa como essa?”.  Impeachment ou impugnação de mandato é um termo do inglês que denomina o processo de cassação de mandato do chefe do poder executivo pelo congresso nacional, pelas assembleias estaduais ou pelas câmaras municipais. A denúncia válida pode ser por crime comum, crime de responsabilidade, abuso de poder, desrespeito às normas constitucionais ou violação de direitos pétreos previstos na constituição.
CONSELHO
Lucena também pediu ao Conselho Regional de Medicina a cassação do registro da governadora Rosalba Ciarlini, que é médica pediatra. Na sua avaliação, como governadora e médica, torna-se mais grave o estado passar por problemas nos setores de saúde, especialmente se estes problemas significarem a morte de crianças e pessoas que dependem do sistema de saúde pública para sobreviver. “Rosalba fez dois juramentos: cumprir a Constituição quando assumiu o governo, e defender a vida, como a das crianças. Como é que ela como pediatra vai fechar a Pediatria do Hospital Santa Catarina?
São vinte pediatras, seis se aposentaram, cinco estão de licença. As enfermarias estão todas vazias. Ela não está cumprindo o juramento que fez. Por isso pedi para apurar todas as mortes que aconteceram no estado por falta de assistência médica. É só ver a quantidade de óbitos na Secretaria Estadual de Saúde”, justificou o vereador.

Mineiro confirma “desmonte administrativo e caos” no RN
O deputado estadual Fernando Mineiro (PT) concorda com o vereador Fernando Lucena e considera que existe um “desmonte administrativo e caos no estado”, mas enfatiza que a governadora Rosalba Ciarlini tem a maioria dos deputados da Casa, o que dificulta a instalação de um processo de impeachment no parlamento estadual. ”Essa questão de impeach ment, depende de correlação de forças e hoje o governo tem ampla maioria na Assembleia. E o processo de discussão de avaliação do governo tem que ser assumido por um grupo de parlamentares para mudar essa correlação de forças”, destacou o deputado.
O deputado analisa que na área de saúde do governo do Estado há total ausência de políticas públicas, com falência múltipla dos órgãos administrativos do Estado. “O problema é que, a despeito do desmonte administrativo e do caos por que passa o Estado, a governadora tem maioria, dada pelo PMDB, pelo DEM.
Acho que justificaria uma cobrança do governo, teria que analisar baseado nas questões administrativas”. Segundo Mineiro, o impeachment é processo público que requer maioria na Assembleia e ele não vê esse cenário. “Tem que
saber a responsabilidade. Como você caracterizar se aquilo foi responsabilização de a ou b? Na hora que há desaparelhamento do setor de saúde, se tivesse espaço, maioria, ou adesão do número de parlamentares, de cobrança ou crítica, seria outro patamar de tratar a questão do governo”.

fonte portal JH

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