domingo, 19 de maio de 2013

Pesquisa aponta que taxa de analfabetismo no Rio Grande do Norte é uma das piores do Brasil

Dados do Observatório da Educação do Rio Grande do Norte, projeto de iniciativa do Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE) em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon/RN), mostram que o Estado possui hoje uma das piores taxas de analfabetismo do Brasil, ocupando o 23° lugar no ranking, com um índice de 17,8% da população entre 15 e 80 anos ou mais sem saber ler e escrever.
Os números colocam o RN à frente apenas de estados como Maranhão (19,3%), Paraíba (20,2%), Piauí (21,1%), e Alagoas (22,5%). O balanço apresentado pelo Observatório também faz um comparativo das taxas de analfabetismo do Rio Grande do Norte de acordo com os censos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos anos de 1991, 2000 e 2010.
Nesse comparativo, houve uma evolução no Estado potiguar, uma vez em que 1991 o índice de analfabetismo era de 34,9%, no ano 2000 era 23,8%, e em 2010 o índice chegou a 17,8%. Apesar dessa redução, o RN mantém-se entre as unidades da Federação com as taxas mais altas de analfabetos.
"O ritmo é lento, porque são feitas medidas pontuais para diminuir esse índice, mas não existem projetos que resultem em melhorias satisfatórias rapidamente, pois não há no RN um pacto estadual pela educação. Nós recebemos esses números com muita tristeza e preocupação, pois além de já termos os mais baixos salários, as menores notas no Ideb, e agora uma das maiores taxas de analfabetismo do Brasil, infelizmente", destaca o diretor regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Rio Grande do Norte (Sinte/RN), Rômulo Arnould.
Para o diretor, os problemas enfrentados na área da educação no Estado não estão relacionados apenas à falta de recursos. Falta competência, segundo ele. "O RN é um dos poucos locais do Brasil em que não existe um Plano Estadual de Educação, e o problema não é só falta de recursos, é incompetência mesmo, tem alguma coisa errada, e eu não falo só dessa gestão, essa é uma situação que vem se prologando ao longo dos últimos governos", diz.
Segundo o diretor regional do Sinte/RN, a melhor forma de se conseguir resultados positivos a médio prazo para melhorar os índices educacionais no Estado seria a união de forças, entre poder público e sociedade. "É preciso que o governo atraia a sociedade para essa discussão, agora é óbvio que os resultados só aparecerão a médio e longo prazos, qualquer ação que seja tomada agora não vai ter resultados imediatos", conclui.
Em contato com a equipe de reportagem do jornal O Mossoroense, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEEC ) informou que como os dados são referentes ao censo de 2010, não incluem as ações que foram e estão sendo desenvolvidas pela atual gestão. "A Secretaria já tinha conhecimento desses números, inclusive com os dados de cada município, direcionando suas ações para essas áreas com maior problema", frisou.
Ainda conforme a assessoria, diversos programas estão sendo executados no sentido de alfabetizar e profissionalizar o jovem a partir dos 15 anos que não são alfabetizados na idade certa, entre os seis e oito anos. "É importante frisar que constitucionalmente, a alfabetização no ensino fundamental é responsabilidade dos municípios, e não do governo estadual, que executa programas como o PronaCampo, Pronatec, que alfabetiza e também profissionaliza jovens e adultos", finaliza.
Relatório destaca ranking dos municípios com menor taxa de analfabetismo do Estado
Os dados do Observatório da Educação também apontam os municípios do Rio Grande do Norte com as menores taxas de analfabetismo do Estado, em que são destaques as cidades de Parnamirim, com 7,6% da população entre 15 e 80 anos ou mais analfabeta, e Natal, com 7,9%. Já Mossoró aparece em primeiro lugar entre as cidades com taxas abaixo de 20%, com taxa de 12,9%.
Conforme o relatório, 17 municípios do RN têm taxas, em 2010, menores do que 20% e maiores que 10%. Ainda assim, dos 17 municípios, seis (Jardim do Seridó, Alto do Rodrigues, Macau, Martins, Florânia e Itaú) tem taxas acima da média do estado, que é de 17,8%.
Nas últimas duas décadas, apenas sete municípios conseguiram decréscimo acima 50% em suas taxas de analfabetismo, incluindo Mossoró, que em 1991 tinha 26,4% de sua população analfabeta, em 2000 esse número caiu para 18,2%, e 2010 chegou a 12,9%.
O município com o índice mais alto de analfabetismo do RN é, conforme o Observatório, Espírito Santo, com taxa de 39%.
A Seec informou que como os dados são referentes ao censo de 2010, não incluem as ações que foram e estão sendo desenvolvidas pela atual gestão. "A Secretaria já tinha conhecimento desses números, inclusive com os dados de cada município, direcionando suas ações para essas áreas com maior problema", frisou.
Ainda conforme a assessoria, diversos programas estão sendo executados no sentido de alfabetizar e profissionalizar o jovem a partir dos 15 anos que não foi alfabetizado na idade certa, entre os seis e oito anos. "É importante frisar que constitucionalmente, a alfabetização no ensino fundamental é responsabilidade dos municípios, e não do governo estadual, que executa programas como o PronaCampo, Pronatec, que alfabetiza e também profissionaliza jovens e adultos", finaliza.

de O mossoroense

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