sábado, 5 de abril de 2014

RN registra 12ª explosão em banco

O número de arrombamentos em agências bancárias e caixas eletrônicos acometidos nestes três primeiros meses de 2014, já representa 24% do que foi registrado ano passado. As ocorrências com uso de explosivo alcançam mais da metade do ocorrido em 2013. Ao todo, foram 12 ocorrências no Estado, sendo 10 com uso de explosivos e as outras duas com maçaricos. Em 2013, o registro total foi de 46 arrombamentos, sendo 19 com explosivos. Este último ano havia encerrado com quantidade de ocorrências crescente, em relação a 2012, quando se registrou 36  ataques de quadrilhas em assalto a banco, destes, 12 utilizando explosivos. Os dados são de levantamento realizado pela TRIBUNA DO NORTE.
Bando levou dinheiro e deixou um rastro de destruição na agência

O último caso registrado aconteceu em Campo Grande, município do Alto Oeste do RN, na madrugada de ontem, por volta de 1h. O alvo foi uma agência do Banco do Brasil, onde os criminosos explodiram caixa eletrônico, levaram dinheiro e ainda saíram atirando nas ruas da cidade. Parte do grupo foi até  os dois policiais militares de plantão e renderam ambos enquanto ocorria o assalto. Foi solicitado reforço à PM dos municípios de Caraúbas e Assu, que montaram barreiras nas estradas, mas não foi possível prender os assaltantes, que fugiram para destino incerto.

A maneira de agir deste caso se assemelha às outras 12. Uma quadrilha, durante a madrugada, com forte armamento para arrombamento, e por vezes, com troca de tiros na saída do banco. O alvo, dentro das agências, são os caixas eletrônicos, ou cofres. As similaridades expandem também os limites geográficos. Nesta última quinta-feira, 3, ocorreram outras cinco ações contra banco no Nordeste: em Pernambuco, Sergipe, Maranhão e dois no Piauí – todos com uso de explosivo.

Segundo o comandante geral da polícia militar, Francisco Canindé Araújo, para combater estas ações é preciso uma integração do setor de inteligência da Secretaria de Segurança Pública; as polícias Militar, Civil, Federal; e até o Exército no sentido de controlar, mapear e inibir a venda e estocagem de explosivos.

Os explosivos fortemente usados nos arrombamentos são coibidos, por vezes, ainda nas rodovias federais. Em 2013 foram apreendidos mais de 800kg de explosivos, nas rodovias entre o RN, Ceará e Paraíba, com pessoas suspeitas – que tinham mandado de prisão em aberto por roubo, ou estavam sob investigação. Não há registros de apreensões para 2014 na Polícia Rodoviária Federal.

A interestadualidade é outra característica peculiar a este crime, de assalto a bancos. Para  delegado Rubens França, chefe Regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, é o misto interestadual dos componentes da quadrilha que dificulta as investigações. “Geralmente eles não são de um lugar só. São de estados diferentes e se encontram para fazer os assaltos”, relata.

Diante da frequência dos casos no RN, o delegado Rubens França acredita que a situação do Estado pode ser considerada “quase como preocupante”. “Até tempos atrás, o Rio Grande do Norte tinha um número de casos insipiente, quase irrelevantes. De um ano para cá aumentou, e se continuar desse jeito, o Estado vai acabar numa situação preocupante”, diz.

Está sob a competência da PF apenas as propriedades públicas, no caso as agências da Caixa Econômica Federal e Correios, porém, segundo o delegado, as quadrilhas não escolhem banco, “escolhem a situação mais favorável. Essas investigações convergem”. No ano de 2013, foram abertos 51 inquéritos federais para investigação de assaltos às agências de Correios, e 8 a ocorrências na Caixa. Agora em 2014 já se registra 11 inquéritos de Correios, e 5 da Caixa.
Curva crescente de explosões já preocupa PF, afirma Rubens França

Bate-papo - Rubens França
Chefe da Delegacia Regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado

Como atua a Polícia Federal nos casos de arrombamentos e assaltos a bancos por quadrilhas?
A Polícia Federal atua na área de investigação e inteligência, e durante todo esse processo algumas prisões são feitas. Normalmente fora do Estado.

Qual a principal dificuldade destas investigações?
É a caraterística de se juntarem só para fazer os assaltos, e se encontrarem vindo de outros estados. Daí, precisamos atuar da mesma forma, não apenas em um só lugar, mas com coordenações repartidas nos estados.

Que empresas estão sob responsabilidade de investigação da PF?

Nós temos competência só com os crimes cometidos contra empresas públicas, mas na realidade essas investigações convergem. A quadrilha que faz assalto na Caixa Econômica Federal, também faz no Banco do Brasil. A quadrilha não escolhe banco, escolhe a situação mais favorável, o lugar com menos segurança.

De que maneira a PF atua na prevenção deste crime?

A forma com prevenção é o setor de inteligência. Com as informações que se tem, tentamos prender antes da execução do crime.

Em relação ao Brasil, como se comporta o RN em importância destes casos?
Até tempos atrás, os casos no RN eram insipientes, quase como irrelevantes. De um ano para cá, o Estado pode ser considerada quase como preocupante, pois têm ocorrências constantes. Se continuar desse jeito, o Estado vai acabar numa situação preocupante.

fonte tribuna do norte

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