As gestões mudaram. Flávio Vieira Veras e Auricélio Santos não são
mais os prefeitos de Macau e Guamaré, respectivamente. Contudo, isso não
quer dizer que o esquema de contratos superfaturados (denunciado pela
Operação Máscara Negra), supostamente, montado durante as administrações
deles acabou. Pelo menos, não para o procurador-geral de Justiça,
Manoel Onofre Neto. Em contato com o portalnoar.com, ele afirmou que
acredita sim que as irregularidades permaneceram mesmo diante da mudança
de administradores.
“Sim, há indícios (que elas continuaram)”, afirmou ele, se baseando
no fato de que apesar da mudança de nomes na chefia do Poder Executivo
Municipal, ficou claro que a mesma estrutura foi mantida, até pela
permanência de ordenadores de despesas como, no caso de Guamaré,
secretárias da gestão de Auricélio Santos.
Por sinal, o próprio Ministério Público, quando elaborou a petição
que deu origem a Ação Civil que analisa as irregularidades em Guamaré,
destacou o fato do atual prefeito da cidade, Hélio Willamy, do PMDB, ser
bastante próximo de Auricélio Santos. A candidatura de um, inclusive,
seria o motivador da renúncia do outro ao cargo de prefeito.
Isso porque, para quem não lembra ou não sabe, Auricélio ocupou o
cargo de prefeito, oficiosamente, até o final de 2011. Se afastou por
licença médica, sendo substituído por Emilson Borba, o Lula, presidente
da Câmara Municipal de Guamaré e que manteve, segundo o MP, todo o
esquema irregular na contratação de festas (há, inclusive, mandato de
prisão temporária contra Lula).
“Com a assunção do investigado EMILSON DE BORBA CUNHA definitivamente
ao cargo de Prefeito de Guamaré-RN, foi formalizada a nomeação de
KALINY KAREN DA FONSECA TEIXEIRA (filha de Auricélio e Kelley) para a
Secretaria de Turismo, tendo sido apenas regularizada uma situação que
já existia informalmente, afastando-se da pasta a sua genitora KELLEY
MARGARETH M. DA F. TEIXEIRA. KATIUSCIA MIRANDA DA FONSECA TEIXEIRA
permaneceu na condição de Chefe de Gabinete, assim como todos os
familiares do grupo político, tanto no alto quanto no baixo escalão”,
afirma o MP na ação.
Para os promotores, por sinal, ficou claro que, na verdade, a
renúncia de Auricélio foi uma clara tentativa de fazer o esquema
continuar, agora, na gestão de Hélio Willamy. “Alguns meses depois do
afastamento por licença médica, como prenunciado extraoficialmente, em
04/04/2012, Auricélio dos Santos Teixeira renunciou ao seu mandato, em
um arranjo político, para viabilizar a candidatura de seu cunhado e
atual prefeito, HÉLIO WILLAMY DE MIRANDA DA FONSECA, à Prefeitura de
Guamaré”, acrescentou o MP ao analisar o caso.
fonte portal noAr
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