O deputado estadual Agnelo Alves (PDT), com a experiência de décadas
acompanhando a vida pública no Rio Grande do Norte, no Brasil e no
Mundo, e um currículo de ex-prefeito de Natal, ex-prefeito de Parnamirim
e ex-senador da República, tem autoridade para sentenciar: “O Estado
está à deriva e o governo da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) está
abaixo do sofrível”. Dá para recuperar? “Está muito em cima para
recuperação. O prazo que ela tem é esse ano. Desse ano já se passaram
três meses”.
O diagnóstico do parlamentar estadual foi feito na manhã desta
quinta-feira, em entrevista ao Jornal de Hoje, no seu gabinete, na
Assembleia Legislativa. Instado a falar sobre o desempenho de Rosalba em
relação à seca, Agnelo declara: “Coitada (de Rosalba), a seca é maior e
ela não tem um plano de governo, quanto mais contra a seca”. Segundo o
deputado o que Rosalba tem é “propaganda muito bem feita”. No entanto,
ele atesta: “O repúdio ao nome dela é em todo canto, em qualquer
conversa. Ela se movimenta, vai para um lado e para o outro, mexe daqui e
mexe de lá, mas o resultado (do seu governo) é zero”.
“A governadora Rosalba não tinha plano de governo para o caso de
vitória, acho que ela se surpreendeu ter ganho a eleição, ou não
precisou dizer do seu plano de governo para vencer, o que é mais grave.
Venceu, e aí está, coitada. Digo coitada, porque tenho pena, sem ter
nada para apresentar, principalmente em relação à seca”.
Ainda segundo Agnelo Alves, “a Saúde e a segurança, junto com a
educação, é um desastre absoluto. Não tem como analisar sem ser cruel, e
não quero ser cruel, mas o governo dela é abaixo de sofrível. Agora tem
um detalhe, quem reclama dela é o povo. As lideranças políticas a
poupam de críticas, e os que fazem oposição não têm voz. Vejo a agonia
toda no RN. Porque o RN está è deriva”.
SECA
Ao avaliar o atual momento de seca que atinge o Estado, Agnelo
analisa que o Estado está tratando a seca como se fosse a primeira, em
1877, quando Dom Pedro Segundo pronunciou a célebre frase ‘venda-se a
última pedra da coroa, conquanto nenhum nordestino morra de fome’. “De
lá para cá, a cada seca, as mesmas coisas, só acabaram com a emergência,
que foi substituída pelo Vale Gás, Vale Transporte e Bolsa Família”,
analisa.
Segundo Agnelo Alves, “está faltando seriedade a quem deveria ter
seriedade neste momento grave”, nisso incluso o governo do Estado. Em
relação à seca, ele defende que a solução virá quando as classes
produtoras forem convocadas para participar da elaboração de um projeto
que vise à solução do programa a médio, longo e curto prazo.
Ao se referir ao governo, o parlamentar critica a total ausência de
um plano de curto, médio e longo prazo para enfrentamento definitivo do
problema. E sentencia: a vinda da presidente Dilma Rousseff (PT) ao Rio
Grande do Norte, agendada para o próximo dia 28, poderá ser um grande
fiasco. “Porque o RN não tem um plano de ação para apresentar à
presidente”, afirma ele.
“Estou vendo anunciada a presença de Dilma no dia 28, e temo ser um
fiasco porque o RN não tem nada para apresentar a ela, a não ser pedido
de liberação. Liberar para quê? Qual o plano de aplicação? Se eu
tivesesse acesso a Dilma diria: ‘não vá, primeiro mande organizar um
plano’, a Sudene não existe, o DNOCS é zero à esquerda. Devia-se acabar a
quantidade de órgãos e reunir num órgão só.
No que toca ao RN, está tendo a sorte de ter o presidente da Câmara,
que está conseguindo medidas. Mas, medidas pontuais não vão resolver o
problema”, completou o parlamentar. “Se o ano seguinte for de seca, se
depois for seca, tem que haver um estudo. Não é possivel que mais de cem
anos depois da primeira seca, não se consiga ter um planejamento para
solucionar definitivamente este problema”, completou.
Quanto à ação do governo federal, Agnelo diz que essa é a primeira
vez que Dilma está lidando com a questão da seca e que, portanto, ela
não conhece o assunto. “Dilma está acertando no geral. No tocante à
seca, não tratou isoladamente. Mas ela está se reunindo com governadores
e prefeitos e deve sair decepcionada desses encontros, porque não lhe é
apresentado nenhum plano”, observa.
Voltando ao cenário estadual, o pedetista assevera que até agora
apenas uma providência concreta foi tomada em relação à seca: a decisão
de um magistrado autorizando a transferência de um rebanho para outro
estado da federal, para que lá seja alimentado. “Mas quem pode levar?
Um, dois, quatro, dez, doze, outros não têm condições. Então é apoiar as
medidas que prendam o homem ao seu gado”.
Agnelo também critou o programa do Leite que está atrasado há três
meses. “Se você pegar a vaca leiteira, já produz menos leite porque come
menos, e o pecuarista ainda recebe com três meses de atraso. E não
recebe de uma vez, recebe um mês, e fica dois”.
Agnelo cobra também do parlamento: “Nós não podemos permitir que o
Parlamento fique à margem. Pela primeira vez, com Henrique, está havendo
aproximação com Executivo para que haja soluções”.
Na reunião na AL, sobre o tema, Henrique propôs um grupo de trabalho
para organizar um plano de combate às consequencias da seca de longo
prazo. “Propus, por último , de longo prazo, a Transposição de Águas do
Rio São Francisco. De médio prazo, a execução de obras, não para
alistamento de flagelados, que não existe. Mas obras que tenham tudo a
ver com a seca. Os poços são tão condenáveis quanto o pior que possa
existir. Tem que ter critério para isso. Quais são os poços tubulares,
onde o Estado tem levantamento, onde a seca é mais grave, quais os
municípios que possam ser perfurados poços?”, questiona.
do portal JH
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