sexta-feira, 19 de abril de 2013

Agnelo Alves: “Estado está à deriva. O governo Rosalba é abaixo do sofrível”

O deputado estadual Agnelo Alves (PDT), com a experiência de décadas acompanhando a vida pública no Rio Grande do Norte, no Brasil e no Mundo, e um currículo de ex-prefeito de Natal, ex-prefeito de Parnamirim e ex-senador da República, tem autoridade para sentenciar: “O Estado está à deriva e o governo da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) está abaixo do sofrível”. Dá para recuperar? “Está muito em cima para recuperação. O prazo que ela tem é esse ano. Desse ano já se passaram três meses”.
O diagnóstico do parlamentar estadual foi feito na manhã desta quinta-feira, em entrevista ao Jornal de Hoje, no seu gabinete, na Assembleia Legislativa. Instado a falar sobre o desempenho de Rosalba em relação à seca, Agnelo declara: “Coitada (de Rosalba), a seca é maior e ela não tem um plano de governo, quanto mais contra a seca”. Segundo o deputado o que Rosalba tem é “propaganda muito bem feita”. No entanto, ele atesta: “O repúdio ao nome dela é em todo canto, em qualquer conversa. Ela se movimenta, vai para um lado e para o outro, mexe daqui e mexe de lá, mas o resultado (do seu governo) é zero”.
“A governadora Rosalba não tinha plano de governo para o caso de vitória, acho que ela se surpreendeu ter ganho a eleição, ou não precisou dizer do seu plano de governo para vencer, o que é mais grave. Venceu, e aí está, coitada. Digo coitada, porque tenho pena, sem ter nada para apresentar, principalmente em relação à seca”.
Ainda segundo Agnelo Alves, “a Saúde e a segurança, junto com a educação, é um desastre absoluto. Não tem como analisar sem ser cruel, e não quero ser cruel, mas o governo dela é abaixo de sofrível. Agora tem um detalhe, quem reclama dela é o povo. As lideranças políticas a poupam de críticas, e os que fazem oposição não têm voz. Vejo a agonia toda no RN. Porque o RN está è deriva”.
SECA
Ao avaliar o atual momento de seca que atinge o Estado, Agnelo analisa que o Estado está tratando a seca como se fosse a primeira, em 1877, quando Dom Pedro Segundo pronunciou a célebre frase ‘venda-se a última pedra da coroa, conquanto nenhum nordestino morra de fome’. “De lá para cá, a cada seca, as mesmas coisas, só acabaram com a emergência, que foi substituída pelo Vale Gás, Vale Transporte e Bolsa Família”, analisa.
Segundo Agnelo Alves, “está faltando seriedade a quem deveria ter seriedade neste momento grave”, nisso incluso o governo do Estado. Em relação à seca, ele defende que a solução virá quando as classes produtoras forem convocadas para participar da elaboração de um projeto que vise à solução do programa a médio, longo e curto prazo.
Ao se referir ao governo, o parlamentar critica a total ausência de um plano de curto, médio e longo prazo para enfrentamento definitivo do problema. E sentencia: a vinda da presidente Dilma Rousseff (PT) ao Rio Grande do Norte, agendada para o próximo dia 28, poderá ser um grande fiasco. “Porque o RN não tem um plano de ação para apresentar à presidente”, afirma ele.
“Estou vendo anunciada a presença de Dilma no dia 28, e temo ser um fiasco porque o RN não tem nada para apresentar a ela, a não ser pedido de liberação. Liberar para quê? Qual o plano de aplicação? Se eu tivesesse acesso a Dilma diria: ‘não vá, primeiro mande organizar um plano’, a Sudene não existe, o DNOCS é zero à esquerda. Devia-se acabar a quantidade de órgãos e reunir num órgão só.
No que toca ao RN, está tendo a sorte de ter o presidente da Câmara, que está conseguindo medidas. Mas, medidas pontuais não vão resolver o problema”, completou o parlamentar. “Se o ano seguinte for de seca, se depois for seca, tem que haver um estudo. Não é possivel que mais de cem anos depois da primeira seca, não se consiga ter um planejamento para solucionar definitivamente este problema”, completou.
Quanto à ação do governo federal, Agnelo diz que essa é a primeira vez que Dilma está lidando com a questão da seca e que, portanto, ela não conhece o assunto. “Dilma está acertando no geral. No tocante à seca, não tratou isoladamente. Mas ela está se reunindo com governadores e prefeitos e deve sair decepcionada desses encontros, porque não lhe é apresentado nenhum plano”, observa.
Voltando ao cenário estadual, o pedetista assevera que até agora apenas uma providência concreta foi tomada em relação à seca: a decisão de um magistrado autorizando a transferência de um rebanho para outro estado da federal, para que lá seja alimentado. “Mas quem pode levar? Um, dois, quatro, dez, doze, outros não têm condições. Então é apoiar as medidas que prendam o homem ao seu gado”.
Agnelo também critou o programa do Leite que está atrasado há três meses. “Se você pegar a vaca leiteira, já produz menos leite porque come menos, e o pecuarista ainda recebe com três meses de atraso. E não recebe de uma vez, recebe um mês, e fica dois”.
Agnelo cobra também do parlamento: “Nós não podemos permitir que o Parlamento fique à margem. Pela primeira vez, com Henrique, está havendo aproximação com Executivo para que haja soluções”.
Na reunião na AL, sobre o tema, Henrique propôs um grupo de trabalho para organizar um plano de combate às consequencias da seca de longo prazo. “Propus, por último , de longo prazo, a Transposição de Águas do Rio São Francisco. De médio prazo, a execução de obras, não para alistamento de flagelados, que não existe. Mas obras que tenham tudo a ver com a seca. Os poços são tão condenáveis quanto o pior que possa existir. Tem que ter critério para isso. Quais são os poços tubulares, onde o Estado tem levantamento, onde a seca é mais grave, quais os municípios que possam ser perfurados poços?”, questiona.

do portal JH

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