O líder do governo Rosalba na Assembleia Legislativa, deputado
estadual Getúlio Rego (DEM), disse que os estados da Bahia e de Sergipe,
administrados pelo PT do deputado Fernando Mineiro, também passam pelos
mesmos problemas que o Rio Grande do Norte. Mineiro disse ao Jornal de
Hoje, nesta terça-feira, que existe uma ‘seca de iniciativas e de
gestão’ do governo do DEM para lidar com a estiagem.
“Respondo a acusação de Mineiro com uma pergunta: Será que na Bahia,
que é administrado pelo PT, é falta de gestão?”, respondeu Getúlio,
apontando que, naquele estado, cerca de 100 municípios já fazem
racionamento de água em razão da estiagem. “É muito confortável criticar
por estar na oposição, mas o partido dele é governo em Sergipe e na
Bahia, estados do nordeste que estão enfrentando a mesma dificuldade que
o RN”, salientou Rego.
O problema, na visão do líder governista na Assembleia Legislativa, é
a gravidade da situação, que afeta todo o Nordeste e que impõe decisões
coletivas dos três entes federados, seja da União, dos Estados e dos
municípios. “Mesmo assim, as dificuldades serão muito grandes porque os
projetos do governo federal para a seca e a liberação de recursos estão
sendo a conta-gotas”, apontou, responsabilizando, em parte, o governo
federal, pelas dificuldades do sertanejo, dos pecuaristas e dos projetos
de irrigação.
Por essas razões, Getúlio defende como “indispensável” a instituição
da calamidade pública. Atualmente, o decreto da governadora Rosalba
Ciarlini põe o Rio Grande do Norte em “estado de emergência”. “Na
situação da seca é absolutamente indispensável que haja um mecanismo de
enfrentamento da calamidade. A situação é de crescente dificuldade, e
lógico que temos o desafio de tentar viabilizar uma obra emergencial”,
defendeu o deputado.
A obra emergencial, de acordo com Getúlio, é a construção de uma
barragem expressa de Santa Cruz para Pau dos Ferros. “Se não chover até
junho, para abastecer a barragem de Pau dos Ferros, toda a região oeste
vai entrar em colapso. Terá que ser carro pipa partindo de Nova Cruz,
mais de 70 km, para Pau de Ferros. Teremos que transportar carros pipa
por distancias de mais de cem quilômetros”, frisou.
Segundo Getúlio, uma obra dessas tem custo elevado e impõe a
participação dos governos federal, estadual e de todos os municípios da
região. “Só poderá ser feita num prazo de seis meses se for
desburocratizado, do contrário não tem como fazer”. Na avaliação do
parlamentar, a obra estava prevista no projeto original da barragem do
Alto Oeste, mas foi ela retirada em função da transposição do Rio São
Francisco. “Mas ninguém pensou que seriam dois anos de seca. A
Transposição está lenta e não tem expectativa de que seja entregue em
pelo menos cinco anos. Temos que buscar alternativas”.
Getúlio ressaltou que boa parte dos municípios não tem água. “Nós já
temos circulando um número recorde de carros pipa no estado. Se a obra
da barragem expressa for feita, vamos suavizar o abastecimento no Alto
Oeste, porque a adutora está pronta, beneficiando a partir de Pau dos
Ferros muitos municípios da região. Infelizmente, houve frustração de
inverno e estamos fazendo oração para que chova”.
Ainda segundo o deputado do DEM, a emergência do ponto de vista do
rebanho é mais dramática, já que parte considerável dos animais morreu.
“Estamos vendo a diminuição dos projetos de irrigação por conta da
depressão do lençol freático. Em Baraúna, 48 projetos de irrigação foram
desativados por falta de água, porque secaram poços. Quem compra ração
para o rebanho, como eu que tenho algumas cabeças de gado, já tem
dificuldade. Triplicou o preço e temos dificuldade de encontrar ração.
Vai ser outro desafio”.
do portal JH
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