Nesta quarta-feira
(13) uma reunião na Confederação Nacional da Agricultura, em Brasília, com
todos os presidentes de Federações de Agricultura dos estados nordestinos terá
no cardápio principal a dívida dos produtores da região e os processos de renegociação
junto às instituições financeiras, especialmente o Banco do Nordeste.
Não é a primeira e
nem a segunda ou a terceira vez que a CNA abre espaço em sua agenda para
debater o endividamento dos produtores. Neste sábado, o presidente da Faern,
José Álvares Vieira, que estará no encontro, criticou a postura do BNB de
privilegiar apenas os micro e pequenos produtores rurais beneficiados pelo
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), “enquanto
os demais estão praticamente excluídos”.
Vieira informou que o
relatório contendo as conclusões da Expedição retratos da Seca, que visitou no
mês passado todas as regiões castigadas pela estiagem já está concluído e
estuda-se agora como ele será entregue à governadora, uma vez que traz conclusões
contundentes sobre a situação econômica e financeira dos produtores que mais
perderam com a seca que já dura mais de um ano.
“Em nossa opinião, a dívida dos produtores rurais é impagável e é
preciso que se estude formas de mantê-los na atividade se não quisermos agravar
a situação social no campo”, afirmou Vieira. Ele informou que na reunião da
semana que vem em Brasília “a idéia é imprimir uma visibilidade maior ao
problema, agregando a contribuição de todos os estados do Nordeste”.
O JH não conseguiu ouvir neste sábado o superintendente do BNB no RN, João Nilton Castro Martins, que estava em viagem pelo interior de Minas Gerais. As previsões climáticas até agora para 2013 não permitem supor que a situação melhore.
O JH não conseguiu ouvir neste sábado o superintendente do BNB no RN, João Nilton Castro Martins, que estava em viagem pelo interior de Minas Gerais. As previsões climáticas até agora para 2013 não permitem supor que a situação melhore.
Para o economista
Aldemir Freire, com base em dados do IBGE, “o volume de chuvas abaixo da média
nos primeiros meses do ano aponta para uma produção de milho e feijão ao redor
de 10 mil toneladas (de cada cultura)”.
Esses números,
segundo ele, embora sejam melhores em comparação com o ano passado, estão bem
abaixo da produção de anos normais. “Estão mais em linha com o volume produzido
em 1990, 1998, 1999, 2001 e 2010, que também foram anos de seca”, comentou
Freire esta semana em seu blog.
Hoje, ouvido a
respeito pelo JH, o ex-presidente da Federação do Comércio do RN, Bira Rocha,
afirmou que o governo estadual precisa urgentemente intervir na situação de
fragilidade financeira dos produtores situados acima da linha dos micro e
pequenos, que não respondem diretamente pela formação da riqueza rural. Para
Rocha, a situação é tão grave que, mesmo se houvesse milho dos estoques da
Conab para venda – o que não há – os produtores não teriam dinheiro para
adquiri-lo. “É uma situação terrível a que vivemos hoje e deve piorar muito se
providências não forem tomadas”, avisou. E perguntou: “O que é feito da Agência
de Fomento do governo criada para interagir em situações dessa natureza?”
Para o ex-presidente
da Fiern, José Vieira, as obras estruturantes desenvolvidas hoje pelo
governo estadual de combate aos efeitos da seca, embora sejam importantes, não
representam qualquer impacto imediato na vida das populações rurais e dos
produtores. “São obras que terão importância mais adiante quando a seca for um
fato superado, mas agora, neste momento, valem muito pouco para melhorar a
situação”, afirmou.
Fonte: JH
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