Veremos
uma breve descrição da política, uma espécie de guia para estudantes de
primeira hora na arte do convencimento e do exercício do poder. O guia
pode/deve ser lido por acadêmicos, trabalhadores, professores, empregadas
domésticas, eleitores, servidores públicos, profissionais liberais e mais ainda
pelos governantes.
Por: Vinícius Carrilho Martinez
Afinal,
o que é a política?
Por
política se entende uma porção, um recorte amplo de atividades humanas. Ou
seja, a política é o exercício de atividades essenciais à realização do ser
humano. Neste raciocínio, a política é a efetivação da condição humana.
Política é a arte do convencimento para que se exerça o poder de comando e
assim se aprimore a condição humana; a possibilidade de se conviver em sociedade,
sobretudo quando há conflito de interesses. Portanto, a política é um guia para
a ação humana (Kibernets). Pois, não há homem que desconheça a política (zoon
politikón). O homem é um animal político. Mas, além disso, a política é:
-
O bom governo, quando se governa com honestidade.
-
Governar para o bem público.
-
Governar com liberdade, quando os envolvidos desenvolvem a plenitude da
isonomia (princípio da igualdade que está na base do direito) e da isegoria
(capacidade de pensamento, reflexão e de livre expressão).
-
A arte ou a ciência de se governar a cidade, com urbanidade.
-
A capacidade de decisão diante de qualquer circunstância da vida pública ou
privada.
-
O exercício do poder ou da dominação.
-
O exercício da cidadania, no regime democrático.
-
O reflexo da ética, como regras de comportamento social, como ethos ou
costumes públicos bem desenvolvidos e assegurados.
-
Uma prática social do poder assegurada por lei. Porque a política está
definida, regulamentada no direito positivo; como direito político, está
inscrito e descrito na Constituição.
-
O pensamento jurídico envolto na proporcionalidade; como capacidade de se
encontrar soluções válidas, eficazes para problemas coletivos e urgentes.
A
política partidária expressa uma sociedade dividida em partes, e cada parte
defende sua ideologia, seu ponto de vista, seus interesses. Por isso, na
relação política em que se opõem contendores, defendem-se visões de mundo
discordantes, opostas e até antagônicas.
Contudo,
há algo que a política não é, por definição. A política não é sinônimo da
corrupção, uma vez que a corrupção é a deturpação de toda a política. A
política é a arte dissuasiva que conserva a sociedade; a política promove a
constituição da sociedade. Portanto, a política é o avesso da corrupção, pois a
corrupção é a negação da vida social, da vida em grupo; como corrupção da
própria sociedade, a política seria a negação do zoon politikón e
acabaria definida pelo seu contrário – o que, evidentemente, não é lógico e nem
racional.
Por: Vinício Carrilho Martinez é professor Adjunto II da
Universidade Federal de Rondônia – Departamento de Ciências Jurídicas. Doutor
pela Universidade de São Paulo.
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