O senador José Agripino, presidente nacional do DEM, pode até achar
que o empréstimo de 540 milhões de dólares (o que dá mais de R$ 1,2
bilhão de reais) é a “salvação do governo Rosalba Carlini”.
Contudo, para o deputado estadual José Dias, do PSD, um dos líderes da
oposição estadual, a situação será mais uma demonstração da falta de
objetividade da gestão DEM. Isso porque, segundo ele, o Estado não terá
condição de aplicar todo o programa previsto no RN Sustentável.
entável é muito importante, quando aprovamos isso na
Assembleia a gente tinha noção disso. Mas duvido que o Governo consiga
executá-lo, que tenha condição de colocá-lo em prática”, afirmou o
deputado José Dias, em entrevista aO Jornal de Hoje. O RN Sustentável
prevê a utilização dos recursos do Banco Mundial para incentivar
projetos sustentáveis de inclusão produtiva, em sintonia com o programa
do Governo Federal de erradicar a miséria absoluta; de melhoria dos
serviços de educação, saúde e segurança; e de modernização do processo
de gestão pública.
“Não acredito que o Governo seja capaz de executar tudo isso. Alias,
não vejo há menor possibilidade de executar tudo. Será apenas uma
parcela. E se não conseguir concluir toda a primeira etapa, o Governo
não vai conseguir a liberação do restante dos recursos, porque o Banco
Mundial tem muito controle sobre isso. Dessa forma, corre o risco de
ficar pela metade”, afirmou José Dias. Segundo o deputado do PSD, há uma
boa justificativa para achar que o Governo do Estado não irá cumprir
esse objetivo: “Pela dinâmica do Governo, que nada funciona. E não é
nada só desse governo não. É dos anteriores também”. Segundo José Dias,
inclusive, a burocracia para conseguir a liberação desses recursos já
demonstra, de certa forma, a dificuldade de liberação.
“Passou esse tempo todo para conseguir, só agora, a aprovação no
Senado. Mas o empréstimo ainda será assinado no Banco Mundial. Por isso,
acredito que nem este ano seja liberado esse dinheiro. Aí, fica muito
apertado o tempo para ela conseguir implantá-lo”, analisou José Dias. É
importante lembrar que, se não conseguir, pelo menos, começar a
implantá-lo no próximo ano, a governadora Rosalba Ciarlini corre um
grande risco de deixar uma “herança” ainda mais negativa do que afirma
ter recebido da gestão passada (de Wilma de Faria/Iberê Ferreira).
Afinal, quando assumiu em 2010, Rosalba pegou uma dívida de quase R$ 1
bilhão. Revela ter pago R$ 500 milhões, mas pretende contratar o
empréstimo de outros 540 milhões de dólares, o que daria “restos a
pagar” superiores a R$ 1,7 bilhão.
“O pagamento tem todo o controle muito rígido do Banco Mundial. Eles
fazem exigências muito grandes e tem que ser assim para evitar a
corrupção. O fato de só liberar a outra parte dos recursos quando a
primeira é liberada, por exemplo, é uma demonstração disso. Agora, para
os governos conseguirem executar isso, precisam ser transparentes e
eficientes. O problema é que o do RN é lento e sem eficiência”, analisou
José Dias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário