“Se não houver uma forte pressão de fora pra dentro não haverá reforma
política nenhuma”. A previsão é da deputada federal Fátima Bezerra (PT)
em entrevista concedida ao Jornal 96, da 96 FM, de Natal, em
que ela apontou o Congresso Nacional como um dos principais responsáveis
pela crise de representatividade que o País atravessa. Disse, também,
que o Congresso está "descolado" da realidade.
Fátima disse que o Partido dos Trabalhadores não desistiu da realização
de um plebiscito sobre reforma política, que ela considera “o caminho
mais adequado e saudável” para o povo poder opinar e ser protagonista
das mudanças. O partido, juntamente com outros aliados, como o PDT e PC
do B, está coletando assinaturas para apresentar propostas de iniciativa
popular.
Ainda segundo a deputada, o povo às ruas para clamar por "mais
direitos" e disse que o governo da presidente Dilma está disposto a
acelerar o processo em curso para promover mais transformações sociais.
Fátima atribuiu ao “condomínio” formado por PSDB, DEM e PPS, “com a
ajuda de parte da base aliada”, a decisão do Congresso de adiar as
reformas e mudanças exigidas pelo povo. “Se este Congresso tivesse
juízo, enveredaria pelo caminho da reforma política com efeitos já em
2014”, disse a deputada, acrescentando em seguida que “o sistema
político apodreceu” e que o sistema de financiamento de campanhas
eleitorais pela iniciativa privada é um grande fator de corrupção.
A parlamentar petista, que era considerada uma forte candidata ao
Senado nas próximas eleições, disse que o referendo que setores do
Congresso querem aprovar “é um prato feito” que parlamentares querem
servir à população.
Fátima Bezerra admitiu que a “revolta de junho” colocou em xeque os
poderes da República e abriu uma crise de representatividade. Considerou
ainda que a presidente Dilma foi quem mais mostrou a cara, lançou a
proposta dos cinco pactos e abriu o diálogo com governadores e
prefeitos. Para a deputada, a queda nos índices de aprovação e de
intenção de voto na presidente estava prevista em razão do que aconteceu
em junho.
Apesar da queda de popularidade e dos índices de aprovação do atual
governo, a deputada federal afirmou que Dilma Roussef continua sendo a
única opção de candidata do PT e ainda muito competitiva. “Não há
perspectiva de mudança de nome”, afirmou.
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