Os agricultores da Chapada do Apodi liberaram o tráfego de veículos na BR 405, depois de uma hora e meia interdição da rodovia.
Eles avisaram a Polícia Rodoviária Federal que voltam a fechar a
rodovia na próxima semana se não forem atendidos pelo Departamento
Nacional de Obras Contra a Seca.
A mobilização dos trabalhadores é contra a instalação do Perímetro
Irrigado na Chapada do Apodi da maneira que está sendo imposta pelo
DNOCS.
O secretário do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Apodi, Agnaldo
Fernandes, disse que “a importância do ato é de reforçar a resistência
da luta contra esse modelo de projeto que será prejudicial para o
desenvolvimento da agricultura familiar da região”, destaca.
Segundo ele, o projeto de Perímetro irrigado do DNOCS consiste na
desapropriação de 13.855 ha hectares para a implementação de um programa
de fruticultura irrigada sob o comando de quatro grandes empresas,
deslocando de maneira forçada cerca de 6.000,00 que vivem em 30
comunidades na região.
Ainda conforme Agnaldo Fernandes, o projeto de irrigação imposto pelo
DNOCS, a um custo de quase R$ 300 milhões, configura-se em uma “reforma
agrária ao contrário”, uma vez que a região da Chapada do Apodi/RN vêm
se consolidando como uma das experiências mais exitosas de produção de
alimentos de forma agroecológica e familiar do nordeste, destacando o
arroz, frutas, criação de caprinos, ovinos e bovinos, projetos de
piscicultura, além do mel de abelha, maior produtora de maneira orgânica
do país.
Atualmente, as comunidades estão sendo desocupadas, mas “muitos ainda
resistem porque acreditam na defesa das terras da Chapada para uma
agricultura familiar”, completa. O maior medo dos trabalhadores é
transformar a região de Apodi numa região de metro e mortes como
aconteceu na região de Limoeiro do Norte, considerando que o modelo do
perímetro é o mesmo.
Os trabalhadores não são contra a transposição das águas da Barragem de
Santa Cruz para Chapada do Apodi, apesar de entenderem que a água vai
chegar ao destino por um valor muito acima do que eles podem pagar. Eles
querem a transposição, mas não para beneficiar apenas 4 grandes grupos
do agronegócio e sim para ampliar a produção da agricultura familiar na
região.
fonte defato.com
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