Por Honório de Medeiros
O Rio Grande do Norte é uma tragédia. Tragicomédia.
Hoje, aqui, nada funciona: nem saúde,
nem educação, nem segurança pública, nada, nada. A quantidade de mortos
em ações violentas, é algo semelhante a uma guerra. É como se vivêssemos
um pesadelo.
Ouvi no noticiário matinal que o turismo
está em queda vertiginosa. A indústria do turismo, fonte de receita
tradicional no Estado. E não se toma uma providência. E depois vão
alegar que a receita caiu.
Ninguém quer vir para cá: sujeira, insegurança, falta de atrativo, carestia…
O Programa do Leite, um dos poucos programas públicos que nossa incapaz elite política houve por bem criar, está morrendo.
A sensação é de caos, caos, simplesmente.
Enquanto isso investem milhões em um
estádio de futebol. Em um estádio de futebol! Investem em obras
desnecessárias, enquanto a seca dizima o rebanho bovino potiguar.
Nem se comenta o problema de saúde
pública que a água usada para consumo humano pode causar. O quê danado o
povo do bairro proletário Manoel Deodato, de Pau dos Ferros, cidade
cujo abastecimento está em colapso, vai usufruir do pomposo Arena das
Dunas?
E os municípios vizinhos, do Alto Oeste?
E do Seridó?
E do Agreste?
E quanto aos servidores públicos?
O Tribunal de Justiça diz que as contas
apresentadas pelo Governo do Estado estão erradas. O Ministério Público,
também. O Tribunal de Contas, idem. A Assembleia Legislativa, da mesma
forma.
Parece que somente está faltando se pronunciar a Diocese.
Cabe a pergunta: quando uma providência
será tomada em defesa dos servidores públicos? Quando a remuneração será
paga em dia? Quando receberão os servidores seu terço das férias,
inclusive o atrasado, assegurado constitucionalmente? Quando poderão
gozar suas licenças-prêmio? Quando poderá ser implantado, em seu
pagamento, os adicionais por tempo de serviço?
Aliás, a pergunta correta a ser feita é a seguinte: porque o servidor público é quem tem que pagar o pato?
Enquanto isso os eleitores se preparam
para voltar às urnas e eleger os mesmos políticos responsáveis por tudo
que estamos passando. Ou seus filhos. Ou netos. Ou apadrinhados…
Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura do Natal e do Estado do RN
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