A redução no número de voos e as tarifas aéreas cobradas em Natal têm
levado empresários locais a escoarem parte de sua produção por outros
aeroportos, como o de Petrolina e o de Recife, em Pernambuco, e a pagar
até três vezes mais de frete até o Estado vizinho.
Pelo menos
seis empresas de pesca - um dos principais produtos exportados pelo
aeroporto potiguar - estão exportando parte da produção beneficiada no
estado pelo terminal de cargas de Recife. Das 100 toneladas beneficiadas
pelas seis empresas no frigorífico da Norte Pesca, na Ribeira, pelos
menos 60 toneladas estão sendo escoadas, por mês, pelo aeroporto do
estado vizinho. Seis meses atrás, toda a produção saía pelo Augusto
Severo. “A quantidade de voos reduziu bastante em Natal”, justifica Rodrigo
Hazin, diretor da Norte Pesca, que aluga o frigorífico para seis
empresas de pesca em Natal.
Segundo ele, com a redução do número
de voos, que foi de 12,9% entre janeiro e outubro de 2013, em comparação
com o mesmo período do ano passado, segundo dados da Empresa
Aeroportuária Brasileira (Infraero), os aviões maiores passaram a pousar
e decolar em Recife.
O peixe, segundo Hazin, sai de Natal de
caminhão, atravessa o estado, e é embarcado no aeroporto de Recife. De
lá, segue para São Paulo e Rio de Janeiro, de onde voa em direção aos
Estados Unidos, principais consumidores. Os empresários chegam a pagar
R$ 600 por cada caminhão carregado de peixe, três vezes mais do que
pagariam se embarcassem o peixe no aeroporto Augusto Severo. A diferença
paga pelo frete, segundo Rodrigo Hazin, acaba compensando, já que as
tarifas cobradas no outro estado são mais baixas e a oferta de voos
maior.
O valor do frete, no entanto, faz diferença no final do
mês, diz Arimar França Filho, diretor da Produmar e também exportador.
“É um prejuízo grande. Tive que cortar uma série de despesas na minha
empresa e até recalcular o preço do pescado, por causa do frete”, diz.
Arimar exporta cerca de 20 toneladas de pescado por semana - deste
total, 30% já deixa o Brasil pelo aeroporto de Recife. Proporção, que de
acordo com ele, deve aumentar nos próximos meses. “Falta avião em
Natal”, critica.
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