Você é quem paga a conta
Imagine um emprego com bom salário, motorista, tanque cheio, conta de
telefone celular paga, direito a passagens áreas para viajar até mesmo a
passeio, duas férias por ano, plano de saúde sem desconto e com
reembolso total de todo tipo de despesa médica, jornada de serviço de
apenas três dias e casa para morar. Pode parecer sonho, mas ele existe. E
o patrão é você. Todas essas mordomias, e mais algumas, fazem parte do
dia a dia de senadores, de deputados federais e estaduais. Tudo custeado
com recursos dos cofres públicos. Mas eles não são os únicos.
Magistrados, conselheiros dos Tribunais de Contas e integrantes do
Ministério Público também desfrutam de privilégios e benesses
inimagináveis para um trabalhador comum, como cargo vitalício, licença
remunerada e aposentadoria compulsória com vencimento integral como
punição para alguma irregularidade cometida no exercício da função.
A explicação para essas regalias não é somente histórica, mas
cultural e sociológica, destaca o cientista político Leonardo Barreto,
da Universidade de Brasília (UnB). “Tem a ver com as tradições
patrimonialistas do Brasil, ou seja, a confusão que se faz entre
patrimônio público e privado”, afirma. Segundo o especialista, muitos
políticos foram criados em regiões onde há maior tolerância da sociedade
com relação à prática, ou em uma época em que a situação não era
interpretada como problema.
(De O Estado de Minas – Alessandra Mello e
João Valadares)
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