domingo, 14 de julho de 2013

Patrimônio histórico e cultural de Mossoró é destruído por falha em política de proteção

Durante os últimos anos, o patrimônio histórico e cultural de Mossoró vem perdendo alguns dos seus principais monumentos, prédios que ajudaram a contar um pouco do passado da cidade que se autoproclama "metrópole do futuro". Exemplos dessa falta de valorização não faltam. As casas dos abolicionistas, instaladas, em sua maioria, nas proximidades da Biblioteca Municipal Ney Pontes, foram todas demolidas e, junto com elas, destruídas as lembranças que deveriam ser preservadas. Recentemente, a residência do jornalista Dorian Jorge Freire, espaço que também abrigava a sua biblioteca, foi completamente demolida.
De acordo com o historiador Geraldo Maia, na década de 1980 um documento foi criado pelo Poder Executivo municipal, definindo que áreas deveriam ser preservadas em Mossoró, nascia então o Corredor Cultural. "O Corredor foi criado na gestão do então prefeito Dix-huit, baseado em um projeto do Rio de Janeiro. Apesar do tombamento, não houve uma política de preservação desses prédios, e hoje muitos deles já foram destruídos, restando apenas às placas que os identificavam, guardadas no Museu Histórico Lauro da Escóssia", destaca.
Além das casas dos abolicionistas, outro patrimônio que não foi conservado foi o Grande Hotel, considerado como um dos ambientes mais nobres de Mossoró. Outro espaço bastante conhecido na cidade, o "Castelinho", casa em formato de castelo que despertava a atenção da população, também não existe mais. O prédio ficava em frente à Associação Cultural e Esportiva Universitária (Aceu).
Ponto de encontro dos cinéfilos mossoroenses nas décadas passadas, o Cine Caiçara também está incluído na lista dos patrimônios históricos não preservados. Atualmente, um impotente prédio ocupa o lugar que já abrigou histórias que agora não mais serão contadas. "Hoje o que vemos são casarões sendo destruídos para darem lugar a estacionamentos no centro da cidade. São prédios caros, herdados pelos familiares que muitas vezes não têm interesse de preservá-los, e o poder público não pode impedir que esses patrimônios sejam vendidos, pois não existe uma política municipal de preservação do patrimônio", explica Geraldo Maia.

fonte o mossoroense

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