Durante os últimos anos, o patrimônio histórico e cultural de Mossoró
vem perdendo alguns dos seus principais monumentos, prédios que ajudaram
a contar um pouco do passado da cidade que se autoproclama "metrópole
do futuro". Exemplos dessa falta de valorização não faltam. As casas dos
abolicionistas, instaladas, em sua maioria, nas proximidades da
Biblioteca Municipal Ney Pontes, foram todas demolidas e, junto com
elas, destruídas as lembranças que deveriam ser preservadas.
Recentemente, a residência do jornalista Dorian Jorge Freire, espaço que
também abrigava a sua biblioteca, foi completamente demolida.
De
acordo com o historiador Geraldo Maia, na década de 1980 um documento
foi criado pelo Poder Executivo municipal, definindo que áreas deveriam
ser preservadas em Mossoró, nascia então o Corredor Cultural. "O
Corredor foi criado na gestão do então prefeito Dix-huit, baseado em um
projeto do Rio de Janeiro. Apesar do tombamento, não houve uma política
de preservação desses prédios, e hoje muitos deles já foram destruídos,
restando apenas às placas que os identificavam, guardadas no Museu
Histórico Lauro da Escóssia", destaca.
Além das casas dos
abolicionistas, outro patrimônio que não foi conservado foi o Grande
Hotel, considerado como um dos ambientes mais nobres de Mossoró. Outro
espaço bastante conhecido na cidade, o "Castelinho", casa em formato de
castelo que despertava a atenção da população, também não existe mais. O
prédio ficava em frente à Associação Cultural e Esportiva Universitária
(Aceu).
Ponto de encontro dos cinéfilos mossoroenses nas décadas
passadas, o Cine Caiçara também está incluído na lista dos patrimônios
históricos não preservados. Atualmente, um impotente prédio ocupa o
lugar que já abrigou histórias que agora não mais serão contadas. "Hoje o
que vemos são casarões sendo destruídos para darem lugar a
estacionamentos no centro da cidade. São prédios caros, herdados pelos
familiares que muitas vezes não têm interesse de preservá-los, e o poder
público não pode impedir que esses patrimônios sejam vendidos, pois não
existe uma política municipal de preservação do patrimônio", explica
Geraldo Maia.
fonte o mossoroense
Nenhum comentário:
Postar um comentário