A tentativa do Governo Rosalba e do
Ministério Público Estadual de enfraquecer o SINTE/RN está em evidência
na imprensa nesta quarta-feira (3). A Tribuna do Norte destacou: “MPE
recomenda volta de professores cedidos ao Sinte”. O Novo Jornal trouxe
como manchete: “Conflito à vista: Sindicato reage contra medida do MPE
que conclama os diretores da entidade a retornarem para a sala de aula e
ameaça se transformar em federação”.
O Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte (MPE)
recomendou que a titular da secretaria de Estado da Educação e da
Cultura (SEEC), Betânia Ramalho, convoque, imediatamente, 32 servidores e
professores – de um total de 35 – atualmente afastados para o exercício
de funções junto ao SINTE/RN. O MPE quer que estes servidores reassumam
as funções junto à secretaria. A recomendação assinada pelo promotor
Paulo Batista Lopes Neto define ainda que apenas três funcionários podem
continuar afastados da SEEC para exercer funções no Sindicato. Na
recomendação, o promotor entende que o problema da falta de professores
nas escolas estaduais tem relação com a liberação dos docentes que atua
no sindicato.
A direção do Sindicato criticou a posição do Ministério Público. A
coordenadora geral Fátima Cardoso afirmou que a entidade está sendo
vítima de perseguição e lamentou que o MP use uma lei para “atacar os
trabalhadores da educação”.
A direção do Sindicato irá convocar uma assembléia geral nos próximos
dias para ouvir a categoria. Fátima Cardoso garantiu que na primeira
manifestação de rua organizada para protestar contra a decisão do MP – o
que deve ser decidido na plenária do sindicato - mais de cinco mil
professores se engajarão ao lado da diretoria. A sindicalista adiantou
que uma das alternativas já discutidas internamente e que pode ser
colocada em votação na próxima assembléia é a apreciação, em congresso
estadual, da transformação do sindicato em federação.
Assim, cada uma das 17 diretorias regionais do SINTE/RN viraria um
sindicato e, conforme reza a mesma lei usada agora pelo MP, as novas
entidades deverão contar, no mínimo, com três diretores liberados cada
uma. Caso a proposta seja aprovada, o número de professores liberados
para a luta sindical passaria dos atuais 35 para 51. “Se fôssemos uma
federação, seriam 17 sindicatos e cada regional teria direito a três
pessoas. O número de liberados seria até maior. Então podemos convocar
um congresso de um dia para transformar o SINTE/RN numa federação. Isso
já estava sendo discutido internamente”, comentou.
A secretária Betânia Ramalho declarou que não abre mão do retorno dos
32 professores para as salas de aula e que a SEEC está financiando o
Sindicato, sem levar em conta que a verba repassada é descontada do
salário dos trabalhadores e não do orçamento do governo.
Fátima Cardoso não vê a menor possibilidade de o SINTE/RN manter a
estrutura atual com apenas três diretores liberados. A entidade possui
30.380 sócios, 85 núcleos municipais e 17 regionais distribuídas por
todas as regiões do estado. A sindicalista classificou de
‘contraditória’ e chamou de um ‘ataque à democracia’ a postura do MP na
mesma época em que a instituição saiu às ruas para pressionar o
Congresso Nacional a rejeitar a PEC 37, que restringia o poder de
investigação de promotores e procuradores do país.
www.sintern.org.br
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