DO TJ
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) lançou na manhã de
hoje (6) o Mutirão contra a Improbidade Administrativa, com o objetivo
de julgar até o final deste ano as ações de improbidade administrativa e
as ações penais relativas à crimes contra a Administração Pública
ajuizadas até o final de 2011. A iniciativa busca cumprir a Meta 18, do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Seis juízes designados pelo TJRN
serão responsáveis pelo julgamento de 1.177 ações de improbidade e 173
ações penais relativas ao período.
Ressaltando a necessidade de realização de concurso público para suprir
as vagas de magistrados e servidores, o juiz auxiliar da Presidência,
Fábio Filgueira, destacou as ações empreendidas pelo Tribunal de Justiça
para superar esse déficit e trazer maior celeridade à tramitação de
processos. O magistrado falou sobre o trabalho realizado pelo projeto
Expresso Judiciário e o Mutirão Carcerário no primeiro semestre deste
ano, chegando agora a vez do Mutirão contra a Improbidade. “Diante da
deficiência do nosso quadro e da complexidade dessas demandas, não
tínhamos como dar uma atenção específica e especial a esses processos.
Daí a solução por meio do mutirão”, justificou.
O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Aderson Silvino,
ressaltou que o TJRN vem trabalhando pela melhoria da prestação
jurisdicional e que é necessário se investir na eficiência desse
serviço. Sobre a realização do mutirão, o desembargador Aderson Silvino
afirmou que o verdadeiro objetivo é apresentar uma proposta de mudança
de paradigma para o futuro.
O procurador geral de Justiça do Rio Grande do Norte, Manoel Onofre
Neto, elogiou a iniciativa do TJRN. “Essa é uma alternativa válida e o
Ministério Público a apoia de forma irrestrita porque precisa ser
tratada com prioridade, uma vez que o reflexo da temática do desvio de
recursos públicos lida diretamente com as políticas públicas. São
recursos que deveriam ser aplicados na educação, na saúde, na cultura,
no sistema penitenciário, no sistema socioeducativo, na assistência
social, e a gente não verifica isso”.
O procurador geral do MP junto ao Tribunal de Contas do Estado, Luciano
Ramos, destacou que quando há dano ao patrimônio público está se
retirando o único patrimônio daqueles que nada têm, o equivalente ao
mínimo de serviço público, de satisfação aos requisitos da dignidade da
pessoa humana. “Julgar essas ações e, mais do que isso, inibir de
maneira geral como uma prevenção para que outros não se sintam
estimulados a fazerem isso, é uma resposta necessária que a sociedade
tem que dar. E felizmente o TJRN instaurou esse mutirão para dar vazão a
essa quantidade de ações, que são complexas”, assinalou.
Estiverem presentes ao lançamento do Mutirão contra a Improbidade
Administrativa o diretor do Foro da Comarca de Natal, juiz Mádson
Ottoni; a presidente da Associação dos Magistrados do RN, Hadja Rayanne;
os juízes Fábio Ataíde, Cleanto Fortunato, Airton Pinheiro, Cícero
Macedo, José Dantas de Lira, Patrício Lobo; os representantes do
Movimento Articulado de Combate à Corrupção (Marcco) Isabel Meneses e
Marco Aurélio; os defensores públicos Francisco de Paula e Felipe de
Albuquerque; e os secretários do TJRN Wlademir Capistrano, Walkíria
Guedes e José Pereira Neto.
Funcionamento
Foram designados para atuação no Mutirão, os juízes Airton Pinheiro,
Flávia Sousa Dantas Pinto, Cleanto Alves Pantaleão Filho, José Herval
Sampaio, Cleanto Fortunato da Silva e Fábio Ataíde Alves. Quatro deles
deverão julgar os 1.177 processos relativos às ações de improbidade e
dois ficarão responsáveis pelas 173 ações penais relativas à crimes
contra a Administração Pública. O TJRN dotou ainda uma infraestrutura no
Fórum Miguel Seabra Fagundes para o desenvolvimento dos trabalhos do
Mutirão.
Fábio Filgueira explicou que o mutirão dará prioridade às comarcas sem
juiz titular. Todos os processos com esses temas serão remetidos aos
magistrados do mutirão, que farão uma triagem dos que estão prontos para
julgamento e os que necessitam de diligências.
Em relação às comarcas que contam com juiz titular – responsáveis,
portanto, pelo julgamento dos processos da sua comarca - o Tribunal está
fazendo um levantamento junto aos magistrados para saber das suas
dificuldades. Os juízes poderão, de acordo com a sua situação,
encaminhar processos para o Mutirão.
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