sábado, 17 de agosto de 2013

Jornalismo de Mossoró em xeque pelo Ministério Público do RN

O Ministério Público Eleitoral está questionando no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) o uso de veículos de comunicação da cidade em favor da campanha da atual prefeita Cláudia Regina (DEM). Para o MPE, houve abuso de poder, havendo no processo, conforme o procurador regional eleitoral, Paulo Sérgio Duarte, ampla documentação comprovando os excessos.
Uma das peças juntada aos autos do processo que pede a cassação da prefeita de Mossoró, Cláudia Regina, e seu vice, Wellington Filho (PMDB), é uma auditoria contratada à Zumba Comunicação para mensurar se e como se deu o abuso de poder nos meios de comunicação da cidade.
Três jornais são citados diretamente como amplamente favoráveis à Claudia Regina. São eles: Jornal de Fato, Gazeta do Oeste e Correio da Tarde. Para ilustrar seu raciocínio, o procurador eleitoral Paulo Sérgio Duarte chama atenção para os títulos de algumas reportagens. “Professores aprovam projetos de Cláudia Regina para a Educação”, publicada no De Fato em 24 de agosto; “Mossoroenses fazem homenagens à candidata Cláudia Regina”, veiculada na Gazeta do Oeste cinco dias depois e “Cláudia Regina assume compromisso com moradores do Redenção”, divulgada no Correio da Tarde em 21 de setembro são alguns dos vários exemplos acostados aos autos.
“Não bastasse a constante e regular exibição relativa aos mais variados aspectos da candidatura dos recorridos, é também possível observar em algumas das matérias o propósito de alavancar suas candidaturas”, analisa o procurador antes de reproduzir trechos de reportagens dos três jornais citados.
“É inegável o benefício auferido aos recorridos, concorrentes ao mandato eletivo, em detrimento de outros participantes da corrida eleitoral, não se podendo admitir que pré-candidato que possua um jornal ou esteja a um grupo político vinculado a um jornal, possa, de forma livre e quantas fezes for necessário, ter seus feitos passados, suas propostas de campanha, suas qualidades pessoais, que o credenciam para assumir um cargo eletivo, publicadas no periódico, sem que seus adversários menos aquinhoados possam usufruir do mesmo espaço de propaganda”, critica o procurador.
À dada altura da peça, Paulo Sérgio passa a nominar outros veículos: “Igualmente se revela fundada a alegação de que os recorridos teriam se beneficiado indevidamente da mídia televisiva e radiofônica”, narra o procurador, antes de acrescentar: “Basta se ver trechos das gravações de programas veiculados pela TCM, especialmente no programa Cenário Político, assim como por sua filiada, Rádio 95 FM, divulgados durante a campanha eleitoral”. Daí em diante, o membro do MP passa a reproduzir alguns trechos em que aparecem os jornalistas Moisés Albuquerque e Julierme Torres, que é o atual secretário de Comunicação de Mossoró.
O procurador recorre à decisão do TRE-RS sobre o mesmo assunto para fundamentar seus argumentos, reproduzindo o seguinte trecho: “Reportagens com ampla parcialidade de tratamento em desfavor dos concorrentes. Inegável o amplo conhecimento dos fatos pela chapa beneficiada e sua ingerência na comunicação jornalística da cidade. Expressiva drenagem de recursos do município para pagamento de publicidade. Evidenciada a utilização de veículo de comunicação de massa para influenciar a vontade popular”.

fonte portal noar

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