Um Rio Grande do Norte com um peso maior de idosos na população e na
economia, com esperança de vida acima de 77 anos de idade, com ritmo de
crescimento populacional em torno de 0,5% ao ano, mas com taxa de
mortalidade infantil equivalente a que países desenvolvidos tinham na
década de 1970. Essa é a projeção que o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) faz para o RN em 2030. Os indicadores
foram divulgados ontem juntamente com a estimativa populacional dos
municípios brasileiros. A estimativa tem como base a população em 1º de
julho de 2013 e serve de parâmetro para a fixação dos coeficientes de
distribuição do Fundo de Participação de Estados e Municípios em 2014.
De acordo com a contagem populacional, o Rio Grande do Norte ganhou em
um ano mais 145,7 mil habitantes e tem hoje uma população de 3.373.599,
universo 4,5% maior do que em 2012. Natal, Mossoró, Parnamirim e São
Gonçalo do Amarante são, pela ordem, os municípios mais populosos.
Juntos, eles representam 43% da população do Estado.
Em 2030,
pelas projeções do IBGE, o RN terá 3.847.580 habitantes. A proporção de
jovens (até 14 anos de idade), que era 51,91% em 2000, cairá pela
metade, para 26,46%. O inverso acontecerá com os idosos – de 9,86% para
17,19%. Em 2030, o Estado terá um contingente de 661 mil pessoas com 65
ou mais anos de idade. O índice de envelhecimento dará um pulo de 18,99
em 2000 para 64,97 daqui a 16 anos. Isso significa dizer que em 2000,
para cada grupo de 100 jovens havia 19 idosos; em 2030 essa relação será
de 100 para quase 65.
O número crescente de idosos indica mais
qualidade de vida e desenvolvimento, mas também aponta a necessidade de
resolver uma série de problemas, como oferecer políticas públicas para
atender as necessidades dos mais velhos e uma fórmula para equacionar o
pagamento de pensões e aposentadorias.
A presidenta do IBGE,
Wasmália Bivar, destaca que o maior número de adultos resulta no chamado
“bônus demográfico”, pelo fato de que é crescente a população em idade
produtiva (15 a 64 anos) em comparação com os “economicamente
dependentes” (até 14 anos e mais de 65). Atualmente, o RN tem 48,57
dependentes para cada grupo de 100 produtivos. Essa relação chegará ao
menor patamar entre 2024 e 2026, com 42,5 dependentes para cada cem
produtivos. A partir daí começa gradativa a aumentar. De acordo com o
estudo do IBGE, o maior grau de dependência foi o registrado pelo
Censo-2000. A relação era de 61,7 para cada grupo de 100.
“Haverá
um período longo, que já estamos vivendo, em que a população produtiva -
de 15 a 64 anos - supera a de crianças e idosos. Isso nos dá tempo para
repensar as políticas de médio e longo prazo e, por exemplo, pensar na
maior qualificação dos jovens que estão entrando no mercado de
trabalho”, diz Wasmália. Ela lembra que por volta de 2060, os idosos, e
não mais as crianças, terão maior peso entre os dependentes.
Para
o economista Marcelo Caetano, do Ipea, em relação à Previdência
Social, “os últimos governos, bem ou mal, têm feito alguma coisa”, mas
no futuro terão de pensar seriamente em discutir três pontos
importantes: rever as idades para aposentadorias, mudar as regras para
pagamentos de pensão por morte e reavaliar o índice de correção do
salário mínimo.
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