Candidato à presidência da República em
1950, após ser banido da vida pública no final do regime ditatorial que
impôs ao Brasil, o “Estado Novo”, Getúlio Vargas embalou sua vitória com
um jingle (música promocional) que invadiu os tímpanos de partidários e
adversários:
“Bote o retrato do velho outra vez, bota no mesmo lugar, o sorriso do velhinho faz a gente trabalhar (…)”, dizia o trecho mais fixador da marchinha carnavalesca.
Mais de 70 anos depois, no Rio Grande do
Norte, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) sofre efeito contrário do
protocolo de uma foto oficial dependurada. Se houver alguma música, será
de horror.
Maus-tratos
É satanizada pelos maus-tratos impostos sobretudo aos servidores que detêm menores salários.
Em algumas repartições do Estado, foto
oficial da governante – em moldura – está emborcada sobre alguma mesa,
socada em gavetas, almoxarifado ou mesmo no cesto de lixo. Largada.
A repulsa do servidor à “Rosa” chega a níveis virulentos e crescentes.
E pode piorar.
O corte de gratificações e outras
vantagens indiretas, que dão algum fôlego aos salários, passou a ser
caçado como “responsável” pela crise de gestão da era Rosalba Ciarlini.
Em campanha, Rosalba empinou o slogan “Para fazer acontecer”. Na administração, o “Reconstruir e avançar”.
Os barnabés esgoelam: “Salve-se quem puder!”
Geraldo Melo
Aos poucos, ela supera o desempenho de Geraldo Melo (1987-1990), aos olhos do funcionalismo.
Geraldo chegou ao governo “nos braços do
povo”, após campanha mítica e de projeção pessoal maior do que a
alcançada por Rosalba em 2010. Teve pelo menos dois anos ainda de
aliança com o eleitor, servidor e a sociedade. Mas os anos
complementares foram difíceis.
Por fim, Geraldo Melo (eleito pelo PMDB), não conseguiu fazer o sucessor, o então senador Lavoisier Maia (PDT).
Quem levou a melhor nas urnas foi o também senador José Agripino (PFL, hoje DEM).
Como ocorrera no romance “O retrato de
Dorian Gray”, de Oscar Wide, a governadora parece não ter fôlego para
ficar “boazinha” e mudar o enredo de seu governo chinfrim.
Lamentavelmente.
Com ela, ou antes dela, vai embora sua foto sorridente.
O estrago é irreversível.
fonte blog carlos santos
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