O presidente do PT em Natal, Juliano Siqueira, disse hoje que o
presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, provável
candidato do PMDB a governador do Rio Grande do Norte, já perdeu duas
eleições majoritárias, quando disputou a prefeitura de Natal em 1988 e
em 1992. Na primeira, Henrique foi derrotado pela hoje aliada, a
vice-prefeita de Natal e presidente do PSB no Estado, Wilma de Faria. Na
segunda, sucumbiu diante de um então desconhecido engenheiro, Aldo
Tinoco, apoiado por Wilma. “Henrique já perdeu duas majoritárias. Ele se
prepare para perder a terceira”, afirmou Siqueira esta manhã, ao ser
abordado sobre o lançamento da chapa de Henrique, que ocorrerá na tarde
de hoje, durante evento do PMDB num hotel em Ponta Negra. O PMDB anuncia
hoje à tarde, com pompa e circunstância, a aliança com o PSB, o PR e o
PROS para as eleições deste ano no Rio Grande do Norte, quando estarão
em foco os cargos de governador, vice e senador. Para compor esses
cargos haverá eleição majoritária, onde leva quem tem mais votos. Nesse
contexto, Henrique terá como vice o deputado federal João Maia. Para o
Senado, a aliança lançará a ex-governadora Wilma de Faria. O presidente
do PT é crítico em relação a esta chapa, a qual classifica como “o mais
escancarado acordão da história política do Rio Grande do Norte”. Quanto
ao palanque em torno dessa chapa, contemplando partidos como o PSDB de
Aécio Neves e, muito provavelmente, o DEM, do senador José Agripino
Maia, o petista ironiza: “Não é uma chapa, é a arca de Noé – uma mistura
que vai dar a Wilma, que diz ser socialista, até o DEM de José
Agripino”, afirma. “Na verdade é o mais escancarado acordão da historia
política do Rio Grande do Norte. Pode reunir mais de 20 partidos, mas
parece que só faltou combinar com o povo”, aponta Siqueira, que é
defensor da aliança do PT com o PSD do vice-governador e provável
adversário de Henrique na disputa pelo governo. “É um direito de
Henrique coligar com quem quiser. Henrique já perdeu duas majoritárias.
Se prepare para perder a terceira”, diz Siqueira, asseverando que o
amplo palanque não esmorece a chapa Robinson governador, deputada
federal Fátima Bezerra senadora. “A nossa posição está muito clara. Não
afeta em nada nossa tática eleitoral. Nossa chapa está marchando na
discussão e aprofundamento programático”, diz o dirigente do PT em
Natal, destacando que a partir de hoje a aliança PT/PSD irá aguardar a
ampliação do palanque. “São tantos envolvidos e tantos interesses em
jogo na Arca de Noé, que, apesar da genialidade de Henrique, vai ser
difícil atender a demanda toda de todos que estão nessa Arca”, afirma
Siqueira. “Acho complexo isso acontecer, mas como faz parte da concepção
política deles, e não cabe a nós do PT dizer o que eles têm que fazer,
nós vamos acompanhar pela imprensa para ver o que sai disso. Nosso
encontro fundamental vai ser no dia das eleições. Eles se preparem para a
derrota. Nós vamos eleger o governador e eles vão perder o Senado”.
Juliano Siqueira afirmou que “o povo está espantado” com a chapa de
Henrique e Wilma. “As pessoas dizem que não é possível Wilma está com o
pessoal do PMDB, e vice versa. Araras e Bacuraus no mesmo palanque. É
complicado porque junta todas as espécies. Na Arca de Noé tinha todos os
bichos para ver se escapavam do dilúvio. Mas esses não vão escapar,
não”. Instado a responder sobre a desistência de Robinson e de Fátima,
tamanho o poderio do palanque de Henrique e Wilma, Siqueira disse que
“não resistir significa assinar atestado de óbito no campo da Política,
tem que resistir, a sorte está lançada”. Na visão do presidente do PT,
“Robinson é candidato sem dúvida, pelo que ele me disse e estou
acreditando na palavra dele. O ex-presidente Lula confirmou com Fátima e
Fátima confirmou a candidatura dela e a aliança com Robinson a Lula”.
Juliano Siqueira conclui: “Não vai ser WO, e não vai ser bater pênalti
sem goleiro. Vai ter goleiro e vai ter jogo”, declarou, informando que
PT e PSD discutem no momento a aliança proporcional. “Começamos a
discussão na semana passada. Chegaremos a resultados que atenderá aos
interesses do PT e do PSD. A discussão não está sendo travada de forma
belicosa, mas de forma civilizada e profundamente produtiva. Não sou
otimista de plantão, estou falando o que estou acompanhando”, finalizou.
(AV)
do portal JH
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