A saúde do Estado vai entrar em greve na próxima quarta-feira (19).
Em assembleia campal realizada na manhã desta sexta-feira (14), em
frente ao Hospital Walfredo Gurgel, a categoria aprovou o movimento
paredista. A programação é que no dia 19, a partir das 9h da manhã, os
servidores se reúnam em frente ao hospital e promovam um ato público
seguido de caminhada até a Governadoria.
Na tarde de hoje, os dirigentes do Sindicato dos Servidores da Saúde
do Rio Grande do Norte (Sindsaúde/RN) vão iniciar reuniões com os
servidores e definir quais os serviços que serão reduzidos e fechados.
“Em 2013, fechamos os ambulatórios, o ambulatório de queimados do
Walfredo Gurgel e suspendemos as cirurgias eletivas. O CRI também
paralisou o atendimento. Mas todas as reduções de serviços e
atendimentos serão decididos em acordo”, disse Rosália Fernandes,
diretora do Sindsaúde/RN.
Ela também explica que a greve foi deflagrada porque o governo teria
quebrado compromissos assumidos em 2013. “O Governo não enviou o Projeto
de Lei para a Assembleia Legislativa, que era para ter ido desde o ano
passado e modificou os prazos para a implantação da nova tabela do Plano
de Cargos, que só será implantada em março, para nível elementar; em
junho para nível médio e em setembro, para nível superior. Mas a
correção do internível para a classe A, que já é para este mês, ainda
vai passar pelo trâmite necessário e a folha salarial já fecha na semana
que vem. Queremos 12% de reajuste salarial, que é o mesmo reajuste dado
aos médicos. Nosso salário continua de acordo com a tabela de 2012, que
não cumpre o que diz o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração e
sofremos perdas salariais”, explicou a dirigente.
Outras reivindicações pleiteadas são a limitação da quantidade de
pacientes por profissional, mudança de nível e convocação de
concursados. “Nossa última mudança de nível foi publicada em 2011 e tem
pessoas que estão paradas no tempo de serviço. Precisamos da convocação
dos concursados, que irá ajudar na diminuição da sobrecarga de trabalho.
Também somos contra a municipalização de oito hospitais do interior,
que significa praticamente o fechamento dos serviços. As prefeituras não
têm nem como assumir a atenção básica e estes pacientes vão acabar é
vindo para Natal e continuar sobrecarregando os servidores”, disse
Rosália Fernandes.
Um dos funcionários da Unidade Central de Agentes Terapêuticos
(Unicat), que preferiu não se identificar, denunciou a falta de
medicamentos no órgão, que é o responsável pelo abastecimento dos
hospitais e unidades de saúde do Estado. “As prateleiras estão vazias e
tem fornecedores que estão se recusando a fazer a entrega dos
medicamentos alegando que o Governo não paga”, disse.
Sônia Suely, técnica de enfermagem do Walfredo Gurgel, relata uma
rotina de desabastecimento e de sobrecarga de trabalho diária. “Faltam
insumos, medicamentos importantes e trabalhamos com um número reduzido
de pessoal. O Governo baixou uma portaria que proíbe plantões
remunerados, o ponto que batemos não recebemos comprovante e ainda se
houver uma falta de plantão levamos três faltas. No plantão de ontem
fiquei sozinha com nove crianças, mas há setores como a neurologia e a
clínica médica, que ficamos com mais de 10 pacientes. Ontem, 54
pacientes foram divididos para quatro técnicos, e pacientes com
dependência extrema, como os traqueostomizados. Mas há casos de mais de
20 pacientes para cada técnico”.
do portal JH
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