Doze anos depois de ensaiar uma candidatura ao Governo do Estado, o
presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, deverá ser o
nome do Partido do Movimento Democrático Brasileiro ao Governo do Rio
Grande do Norte nas eleições de outubro próximo. As últimas conversas do
parlamentar e dirigente do PMDB potiguar confirmam sua intenção de
concorrer à chefia do Poder Executivo norte-rio-grandense.
No final de semana passado, acompanhado pelo ministro da Previdência
Social, senador licenciado Garibaldi Alves Filho, além da vice-prefeita
Wilma de Faria (PSB) e da deputada estadual Márcia Maia, Henrique
Eduardo Alves reuniu-se com o prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves,
que é presidente estadual do Partido Democrático Trabalhista (PDT).
De acordo com informações repassadas à editoria de Política da
GAZETA DO OESTE por uma fonte com assento na executiva potiguar do PMDB,
o deputado federal Henrique Eduardo Alves estava aguardando uma posição
oficial por parte do prefeito Carlos Eduardo Alves para que pudesse
confirmar a sua disposição de concorrer ao Governo do Estado pela
primeira vez, ao longo de quatro décadas e meia de vida pública.
Além do PDT, o presidente da Câmara dos Deputados também postulava o
apoio do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Tanto que, para assegurar
a presença dos socialistas na coalizão que está se formando, reservou a
vaga de candidatura ao Senado da República, para Wilma de Faria em
detrimento a intenção do Partido dos Trabalhadores (PT) que já havia
apresentado o nome da deputada federal Fátima Bezerra como postulante ao
cargo.
A vaga de candidato a vice-governador na chapa que tende a ser
encabeçada pelo deputado Henrique Alves será destinada ao Partido da
República (PR). O nome do presidente da sigla republicana no Rio Grande
do Norte, deputado federal João Maia, deve ser indicado como companheiro
de chapa do presidente da Câmara dos Deputados na sucessão estadual.
A coalizão de forças montadas pelo deputado Henrique Alves engloba,
além do PMDB, PSB e PDT, o Partido da Reconstrução da Ordem Social
(PROS), o Partido Verde (PV), o Partido Republicano Brasileiro (PRB). As
legendas citadas acompanharão o PMDB em uma aliança que será formada
tanto para a disputa proporcional quanto a disputa majoritária.
Recentemente, em visita a residência de praia da ex-prefeita Fafá
Rosado (PMDB), Henrique Eduardo Alves admitiu que, em se formando uma
ampla força de partidos em torno do seu nome, poderia sim concorrer ao
Governo do Estado, embora não deixasse de citar o nome do ex-senador
Fernando Bezerra. Com a coalizão praticamente formada, incluindo o
amparo do PSB e do PDT, Henrique deve se apresentar como pré-candidato à
chefia do Poder Executivo do Rio Grande do Norte.
"Nós vamos ouvir o partido para definirmos o nosso caminho, sem
nenhum radicalismo, sem nenhuma intolerância. Nós não aceitaremos mais
isso, esse tipo de política, até porque nós já fomos vítimas do
radicalismo e da intolerância. E aquele caminho que nós entendermos ser o
melhor para o Rio Grande do Norte levaremos aos partidos aliados",
comentou o deputado federal ao ser entrevistado pela editoria de
Política da GAZETA DO OESTE no dia 20 de janeiro passado, no município
de Tibau.
fim do sonho
Em sua primeira tentativa de se candidatar ao Governo do Estado em
2002, o deputado federal Henrique Eduardo Alves viu o sonho antigo de
ocupar a função desempenhada pelo seu pai, o ex-ministro Aluizio Alves,
ser alterado por um sonho ainda mais alto: ser vice-presidente da
República. O nome do potiguar foi cogitado e apontado com grandes
chances de ser companheiro de José Serra naquele embate eleitoral.
Henrique, em 2001, assumiu a Secretaria de Estadual de Assuntos
Especiais (SEGOV). A indicação partiu do então governador Garibaldi
Alves Filho com o objetivo de viabilizar o nome do primo, como opção
para sucedê-lo no comando do Poder Executivo norte-rio-grandense.
Como titular da Segov, Henrique Alves percorreu o Rio Grande do
Norte não só apresentado-se como postulante ao Governo, mas também
anunciando ações a serem executadas pelo governo Garibaldi Filho.
Entretanto, a aliança entre o PSDB e o PMDB para as eleições de
2002 e a possibilidade real de um candidato a vice-presidente da
República vinculado politicamente a Região Nordeste, fortaleceu o nome
de Henrique Eduardo Alves, que abriu mão da candidatura ao Governo do
Estado e passou a trabalhar nas esferas partidárias, o seu nome para ser
indicado pelo PMDB para ser candidato a vice-presidente da República.
O sonho de Henrique Eduardo Alves tanto de ser governador do Rio
Grande do Norte quanto vice-presidente da República foi por água abaixo
no dia 17 de maio de 2002, por intermédio de denúncias formuladas por
sua ex-esposa, Mônica Infante de Azambuja. Ela revelou à reportagem da
revista de circulação nacional IstoÉ que o ex-marido era detentor de
diversas contas em instituições bancárias localizadas em paraíso fiscais
como Nassau, nas Bahamas; Ilhas Jersey, no canal da Mancha; e Genebra,
na Suíça.
A publicação da reportagem com amplo destaque na imprensa nacional
sepultou as pretensões de Henrique Eduardo Alves. Ainda em 2002, pelo
fato de ter declarado que não concorreria à reeleição como deputado
federal quase o levou a derrota. Ao tentar retornar à Câmara dos
Deputados, Alves viu as suas bases serem absorvidas à época, pelo
ex-deputado Álvaro Dias e pelo ex-deputado federal Nélio Dias. Henrique
obteve votação abaixo do esperado, se posicionando entre os últimos
colocados na disputa.
do gazeta do oeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário