quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Juiz assessor do presidente do TJ afirma que a governadora Rosalba tomou atitude de ditadora

O juiz auxiliar da Presidência do Tribunal de Justiça, Fábio Filgueira, voltou a criticar o decreto da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) pelo corte linear de 10,74% no orçamento do Poder Judiciário, que significa cerca de R$ 80 milhões a menos no orçamento do Tribunal de Justiça. Em entrevista ao “Jornal da Cidade”, da FM 94, Filgueira reforçou que o decreto é inconstitucional e ilegal, e acrescentou: “A gravidade de um decreto interferindo nos demais poderes juridicamente falando é muito alta”, frisou.
Fábio Filgueira preferiu não comentar a possibilidade de uma intervenção federal no executivo estadual, entretanto, ele classificou de “ditatorial” a interferência do Executivo no orçamento do Judiciário, em desacordo ao que determina a Lei de Diretrizes Orçamentárias. “Não vou fazer esse tipo de cogitação (sobre intervenção no Executivo). O poder executivo está sendo ditatorial com esse tipo de interferência”, afirmou o magistrado.
O juiz informou que até esta manhã o Supremo Tribunal Federal (STF) não havia confirmado a audiência de conciliação entre o governo e o Tribunal de Justiça prevista para esta semana. O ministro Ricardo Lewandowski é o relator do pedido do Tribunal de Justiça para que o Executivo repasse o duodécimo integral. “O Judiciário não aceita o corte e vai aguardar a decisão do Supremo. O Judiciário tem a expectativa de que o ministro Lewandowski afaste esse decreto, até porque são dois estados no Brasil que publicaram esse decreto, Rondônia e o RN. E em Rondônia o Judiciário recorreu ao STF e o ministro relator Gilmar Mendes já deferiu a liminar suspendendo o decreto. Certamente fundamentado na independência e autonomia financeira da Constituição Federal”.
Segundo Fábio Filgueira, o TJ não está alheio à realidade de dificuldades financeiras em vários estados do País, já que pelo menos nove estados cortaram gastos nos últimos meses, a exemplo do que ocorre no Rio Grande do Norte. No entanto, ele afirma que, no Estado, está havendo desrespeito e ilegalidade. “Desses nove estados que estão com corte, todos eles, com exceção de Rondônia, têm respeitado os demais poderes. Não se tem notícia de que os demais estados da federação estejam fazendo seus ajustes com ilegalidade”, afirmou.

fonte portal JH

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