Uma operação deflagrada pela Delegacia Especializada em Falsificações
e Defraudações (DEFD) de Mossoró denominada “Alto das Brisas” revelou
um grupo de pessoas suspeitas de aplicar golpes em Mossoró. As fraudes,
segundo o delegado José Vieira, titular da DEDF, são relacionadas à
venda ilegal de imóveis.
Durante a operação, os agentes da Delegacia de Falsificações e
Defraudações tinham como objetivo cumprir três mandados de prisão
preventiva, expedidos pela 2ª Vara Criminal da comarca de Mossoró em
desfavor de: Marcelo Paollo dos Santos, 34 anos; Anny Karolyni Câmara,
30 anos; e Severino Alves Rodrigues Neto, 46 anos.
O trio vinha sendo investigado por arquitetar e executar golpes
envolvendo a venda fraudulenta de imóveis. Segundo as investigações
feitas pela Polícia Civil, o casal Marcelo Paollo e Anna Karolyni era
proprietário da construtora Cerâmica Top Line Ltda., e, por meio desta
empresa, juntamente com o corretor Severino Ramos Rodrigues Neto,
organizaram um esquema de fraude para obter indevidamente vantagens
econômicas.
O esquema funcionava da seguinte forma: o grupo ofertava e vendia
apartamentos na planta ao preço total, com valor bem abaixo do mercado,
de R$ 15.000,00, e sem qualquer regularização perante os órgãos públicos
competentes responsáveis pelo parcelamento do solo urbano e
desenvolvimento territorial. O grupo usava o artifício de que se tratava
de uma inovação no material empregado na obra, material apontado pelos
suspeitos como “tijolo ecológico”, que teria sido supostamente por ele
criado, modulado e moldado com uma cola especial, que baratearia o custo
da obra.
Para atrair as vítimas, o grupo oferecia o negócio como algo jamais
visto no mercado imobiliário. A forma de ação era sempre a mesma, após a
venda desses apartamentos, as vítimas recebiam um prazo para entrega, o
qual era sempre postergado pelos investigados, o que fazia com as
vítimas rescindissem os contratos e buscassem o ressarcimento dos
valores pagos. Era quando as vítimas percebiam que haviam caído em um
golpe porque eram ressarcidas dos valores pagos pelo suposto
apartamento, com cheques sem fundos.
De acordo com a investigação, uma das vítimas comprou mais de 10
apartamentos, por considerar os preços muito bons. Conforme informações
prestadas por especialistas da área da construção civil, a média de
preço de um apartamento pequeno e simples é de R$ 35.000,00.
Averiguou-se, ainda, que o terreno e a obra onde seriam construídos os
supostos apartamentos estavam sem alvará de licenciamento urbano e,
ainda, havia mais de 10 itens de irregularidades.
gazeta do oeste
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