A deputada estadual Gesane Marinho (PSD) aderiu à pré-candidatura do
deputado federal Henrique Alves (PMDB) a governador e, se for o caso,
será ela que deverá prestar contas à sociedade pela mudança de atitude,
não o PT. A declaração é do deputado estadual Fernando Mineiro (PT), em
entrevista esta manhã ao Jornal da Cidade (FM 94). Segundo o petista,
Gesane encontrou uma justificativa para virar casaca e foi em frente.
“Eu acho que, primeiro, é um problema dela. Eu acho que é uma
justificativa que ela deu e ela é quem tem que responder à sociedade”,
afirmou o deputado. “Eu acho que é um alto grau de desculpa nesse
processo. Ela aderiu ao outro lado e ela que preste contas à sociedade”,
disse o petista.
A deputada Gesane Marinho deixou o projeto de Robinson alegando falta
de apoio e abandono do partido, por não ter priorizado, nas tratativas
com o PT, o palanque proporcional. “Até porque ninguém do PT fez nenhum
debate, nenhuma proposta de ter alianças com o PSD na proporcional
estadual”, diz Mineiro. “Desde o início, quando nós falamos com o PSD,
nós falamos que teríamos chapa própria para estadual. Inclusive ela
acompanhou algumas reuniões e sabia disso. Então, e se não tivesse
aliança com o PT, qual era o argumento dela para aderir ao outro lado?”,
questionou Mineiro, ao responder se o PT tinha parcela de culpa pela
defecção da deputada, uma vez que foi o PT que restringiu a chapa
proporcional estadual a apenas PT e, depois, PC do B, deixando de fora o
PSD de Gesane e José Dias.
Nesta segunda, Dias apontou que Gesane teria, supostamente, recebido
recursos financeiros do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique
Eduardo Alves, para aderir a sua candidatura. Nos bastidores,
entretanto, a informação é que a parlamentar trocou a reeleição pela
eleição do irmão, o vereador em Natal Bertone Marinho, que é o do PMDB, à
Assembleia Legislativa. “Isso é um problema do PSD, é um problema dela
(Gesane), não nosso”, contou ainda Mineiro, ao se reportar ao fato.
“Nós, inclusive, estamos fazendo aliança na proporcional com o PC do B
em uma reunião pactuada inclusive com o próprio presidente do PSD. Então
esse assunto foi colocado à mesa desde as primeiras conversas. Agora,
chegou um momento em que ela está usando esse fato, está usando essa
afirmação, para aderir ao outro lado. A sociedade vai julgar. Como vai
julgar todos nós os que fazemos política”, concluiu Mineiro.
“PT dará grande contribuição para a campanha de Robinson”
Ainda segundo Mineiro, o PT não poderá ser responsabilizado por
eventual insucesso na chapa Robinson Faria governador, Fátima Bezerra
senadora, por ter priorizado a proporcional. De acordo com ele, o PT
dará grande contribuição à eleição de Robinson. “Pelo contrário, o PT
dará a sua grande contribuição para a eleição de Robinson na disputa
para o governo do estado, assim como o PSD dará a sua contribuição para a
eleição da Fátima em uma aliança em que você tem ajudas e contribuições
mútuas”.
Mineiro explicou, ainda, que em todas as coligações há desenhos de
coligações proporcionais diferenciadas. “Não existe nenhuma eleição no
Rio Grande do Norte em que você tenha a replicação automática da
coligação majoritária para a coligação proporcional, e não vai ser
assim, inclusive, no lado que Gesane aderiu. Não terá aliança própria lá
– só uma chapa para a proporcional – mas terão várias chapas, inclusive
vários arranjos eleitorais, é só esperar para ver. Por isso que eu
afirmo que é uma justificativa para tentar passar a ideia para a
população, ou esconder da população que, de fato, ela aderiu. Mas é
direito dela, aliás, cada um faz aquilo que acha que deve fazer na
política e a sociedade é quem julga”.
“queda é natural”
Ainda na entrevista, Mineiro defendeu o governo Dilma Rousseff, do
PT, afirmando que a queda da presidente na intenção de voto é natural,
sobretudo por causa da “pancadaria” da oposição e do apoio da mídia a
qual classifica oposicionista. “Eu acho natural. Você tem um processo,
uma pancadaria, digamos assim, na mídia oposicionista, porque eu fico
brincando dizendo que no Brasil a mídia faz mais oposição ao governo do
que fazem os partidos de oposição. Se fosse oposição só partidária, mas
você está vendo aí, enquanto de um lado a presidenta Dilma tem variações
para baixo e em outras variações se mantém, tanto na avaliação do
governo como avaliação de perspectiva eleitoral, mas a oposição não
cresce, fica lá. Nessa última pesquisa todos caíram, mas o destaque é a
queda da Dilma”, afirmou.
do portal JH
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