A diversidade política reunida no palanque do pré-candidato ao
Governo do Estado, Henrique Eduardo Alves, do PMDB, tem causado
situações interessantes e uma delas pode ser vista na entrevista
concedida pelo pré-candidato a presidente da República, Eduardo Campos,
do PSB, ao portal IG. Isso porque Campos afirmou que, se eleito, no
governo dele não haverá espaço nem para o atual presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB), nem para Henrique, chamados por Campos como
representantes da “velha política”.
A situação merece destaque porque Eduardo Campos é o “presidenciável”
apoiado pela principal aliada (de momento) de Henrique, a vice-prefeita
de Natal, Wilma de Faria. Campos, inclusive, é o presidente nacional do
PSB, sigla dela e já havia externado, até em entrevista coletiva
realizada em Natal, que era contrário a continuidade de integrantes
dessa “velha política” na gestão federal pessebista.
Eduardo Campos, no entanto, não havia sido, até agora, tão direto com
relação a aversão dele a Henrique e aos líderes peemedebistas. Segundo o
IG, “depois de dizer que seu governo não abrigará ‘velhas raposas’ da
política (o que ele falou, até, em Natal) como o senador José Sarney
(PMDB-AP) e Fernando Collor (PTB-AL), o ex-governador de Pernambuco,
Eduardo Campos, estendeu a afirmação a toda a parcela do PMDB que hoje
apoia a reeleição da presidente Dilma Rousseff”.
O site acrescentou que, na conta do ex-governador e pré-candidato a
presidente, entrou a ala do partido hoje comandada por nomes como o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente da Câmara,
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e o líder do partido na Casa, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ).
“Esse lado do PMDB (de Renan, Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha)
estará na oposição no meu governo. Pode estar certo disso”, afirmou
Campos em entrevista ao programa Opinião, da TViG. “Esse PMDB está no
governo de Dilma. Não é possível que, depois de 30 anos de
redemocratização, a democracia brasileira fique de joelhos diante de uma
velha política que constrange todo dia o cidadão que paga impostos. O
PMDB que está conosco é o de Pedro Simon, de Jarbas Vasconcelos”,
acrescentou.
Em entrevista concedida em Natal, Eduardo Campos já havia afirmado
que o problema das administrações federais não eram apenas o PT e o
PSDB, mas sim partidos que, independentemente de quem está na cadeira da
presidência, continuam no poder. A declaração foi uma clara referência
ao PMDB, que apoiou os dois partidos na administração federal. “O que
vejo é o Governo repetir os mesmos erros, cercado das mesmas forças que
estiveram com Fernando Henrique no segundo governo. É a mesma turma”,
afirmou Eduardo Campos.
Além disso, na oportunidade, Eduardo Campos também afirmou que a
decisão do PSB local de se aliar a Henrique Alves não foi uma
unanimidade dentro da sigla. As revelação foi feita em meio à lembrança
das duras críticas feitas pela ex-senadora Marina Silva, que deverá ser a
candidata do PSB a vice-presidente. No ano passado, ela afirmou que
Henrique Alves representava a “velha política” e o fisiologismo
político, ou seja, a troca de apoio político por cargos, por exemplo.
Palanque de Henrique, Wilma, Agripino e Adenúbio reúne apoiadores de quatro candidatos a presidente
A situação “complicada” de Henrique Eduardo Alves – e mais ainda de
Wilma, que apóia um candidato que será oposição a um eventual governo do
partido dela – já era esperada. Isso porque no extenso palanque formado
pelo peemedebista há, simplesmente, apoiadores de quatro pré-candidatos
a presidência da República. Henrique e o PMDB, por exemplo, apoiam a
reeleição da atual presidente da República, Dilma Rousseff, do PT. O
pré-candidato ao Governo do RN, inclusive, foi um dos defensores da
continuidade da aliança nacional entre PT e PMDB na convenção nacional
peemedebista. Além disso, Henrique também comemorou e divulgou a
declaração da presidente Dilma Rousseff, que ele seria o “candidato
dela” no Rio Grande do Norte, mesmo o PT no Estado estando aliado ao
PSD, do pré-candidato ao Governo, Robinson Faria.
Senador e principal adversário ao projeto de reeleição do PT, o
pré-candidato do PSDB à presidência, Aécio Neves, também encontra
apoiadores no palanque de Henrique. Afinal, a sigla tucana e o
Democratas estão com os peemedebistas no Rio Grande do Norte, de olho na
“forte” coligação proporcional que os permitirá (re)eleger candidatos
do partido à Câmara Federal. Por isso, para os pré-candidatos a deputado
federal, Rogério Marinho (PSDB) e Felipe Maia (DEM) não há problemas em
subir ao palanque liderado por um aliado nacional de Dilma.
Além de Aécio Neves e Dilma, há também os apoiadores de Eduardo
Campos, como o PSB de Wilma de Faria, pré-candidata ao Senado Federal. O
contraste da opinião dela com a do presidente nacional do PSB é
tamanha, inclusive, que Wilma até abriu mão de uma eventual candidatura
ao Governo do Estado (mesmo sendo a favorita para a disputa segundo as
pesquisas divulgadas no final de 2013) para apoiar Henrique, que era um
dos mais fracos pré-candidatos naquele momento – até se recusava a
disputa o Governo, ressalta-se.
Ainda há no palanque de Henrique Alves o Pastor Everaldo, do PSC,
partido que faz parte do palanque peemedebista, com a representação do
presidente da sigla no RN, o ex-vereador Adenúbio Melo, pré-candidato a
deputado estadual.
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