Se na antiga gestão do prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT), encerrada
em 2008, a então vice-prefeita Micarla de Sousa era apenas “vice”, o
mesmo não pode ser dito agora. Pelo menos em relação aos custos do atual
Gabinete da Vice-Prefeitura. Segundo extrato publicado na edição desta
sexta-feira (13) do Diário Oficial do Município, o órgão destinará nada
menos que R$ 40 mil apenas para a compra de passagens aéreas para voos
nacionais.
O contrato, assinado pela própria vice-prefeita Wilma de Faria (PSB),
junto a empresa Aerotur Serviços de Viagens Ltda, prevê a “prestação de
serviços de fornecimento de passagens aéreas nacionais, compreendendo
reserva, emissão, marcação, endosso e entrega de bilhetes de passagens
com disponibilidade de marcação pela web”.
Segundo o extrato, a escolha da empresa foi feita por meio de pregão
presencial e a contratada foi a que teria apresentado o menor preço por
lote, segundo apontou a Secretaria Municipal de Gestão de Pessoas,
Logística e Modernização Organizacional (Segelm).
Ainda de acordo com a publicação, o contrato terá vigência a partir de 5
de agosto com validade até 31 de dezembro desse ano. O documento também
pode ser prorrogado, caso seja do interesse da administração pública.
Como a função da vice-prefeita é justamente substituir o titular do
cargo quando for preciso, as passagens aéreas só devem ser utilizadas
quando Wilma precisar viajar para desempenhar funções que o prefeito não
consiga realizar.
Pouco depois de reeleito na campanha de 2004, o prefeito Carlos
Eduardo entrou em atrito com a sua então vice-prefeita, Micarla de
Sousa. O gestor não aceitou ceder a pedidos da aliada por espaços e
projetos de sua iniciativa, assim como vetou gastos do gabinete montado
pela Vice-Prefeitura, na zona Norte de Natal. Com a crise sendo
noticiada pela imprensa, Carlos disse que “vice é vice”, reduzindo a
função de sua eventual substituta.
Com a campanha de 2012 e a definição da ex-governadora Wilma de Faria
como sua companheira de chapa, Carlos Eduardo foi bastante questionado
sobre a possibilidade de repetir o desentendimento do passado. Até
agora, passados mais de oito meses de administração, a dupla mantém o
entendimento político e administrativo. E, como se vê, também não há
restrições quanto a possíveis gastos da vice-prefeita.
EMPENHO
O Jornal de Hoje entrou em contato com a ex-governadora Wilma de
Faria na manhã deste sábado (14). Por telefone, a vice-prefeita explicou
que o valor de R$ 40 mil é, na verdade, uma estimativa do que poderá
ser gasto com as passagens aéreas. “Mas não vai ser usado nem mesmo a
metade disso, com certeza”, enfatizou.
A ex-governadora revelou que, até agora, só precisou ir a Brasília
uma vez para cumprir agenda administrativa, quando participou de
reuniões em Ministérios para buscar recursos federais para Natal. “Como
vice, só devo mesmo usar (as passagens) quando for preciso substituir o
prefeito em alguma missão ou projeto”, completou.
Já o chefe de gabinete da Vice-Prefeitura, Klébe de Gois informou que
o cálculo feito para se chegar aos R$ 40 mil leva em conta os valores
das passagens nas diferentes épocas do ano, de acordo com a variação de
preços de cada período. O chefe de gabinete acrescentou ainda que a
pesquisa para a estimativa dos preços foi realizada pela própria Segelm,
e coube a Vice-Prefeitura apenas aderir ao contrato.
fonte portal JH
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