quarta-feira, 14 de maio de 2014

Uern inicia amadurecimento de proposta para adotar o Enem como processo seletivo

Em reunião ontem com o presidente da Câmara Municipal de Mossoró, Alex Moacir, o reitor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), Pedro Fernandes; o vice-reitor Aldo Gondim e o diretor da Comissão Permanente de Vestibular (Comperve), Egberto Mesquita, discutiram a realização de uma audiência pública para debater mudanças no sistema de acesso à Universidade através da adoção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
O presidente da Câmara se comprometeu em agendar a assembleia para os próximos dias, comunicando à Universidade e à sociedade qual o dia da realização do debate público, ressaltando a importância da discussão com toda a sociedade, em razão do papel social da instituição.
A Uern tem usado o Enem como forma parcial de classificação, deixando como escolha do candidato optar ou não pela integração do exame na nota final. Contudo, a possibilidade levantada pela Reitoria de adotar a prova do Enem como mecanismo de aprovação na Universidade através do Sistema de Seleção Unificada (SISU) tem gerado discussões entre alunos, professores e candidatos a ingresso nos cursos da instituição.
O reitor Pedro Fernandes afirma que, caso haja mudança, não será por imposição, pois o debate vem sendo feito desde o início do ano e será intensificado até agosto, discutido tanto no Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (Consepe) da Uern, quanto em audiência pública. "Essa discussão não é de agora, vem desde o início do ano. Por isso orientamos os alunos que façam o Enem, pois, caso a Universidade opte pelo Enem, ninguém será prejudicado", destaca.
O reitor defende que, para a Uern aderir ao Enem significa uma economia de pelo menos R$ 600 mil anuais (gasto com a realização do PSV), além de abrir as portas para conseguir mais recursos do Ministério da Educação (MEC), que serão aplicadas na melhoria da infraestrutura da instituição. Ele enfatiza que a adoção do Exame manterá a seleção do sistema de cotas: ofertando 50% das vagas para estudantes de escola pública e 5% para deficientes.
Estudantes organizam movimento contra possível modificação no sistema de seleção
Ao saber da possibilidade de adoção do SiSU pela Uern, estudantes que se preparam para enfrentar o processo de seleção para os cursos da instituição começaram mobilização para buscar esclarecer dúvidas a respeito do processo de transição nos critérios de classificação na Uern. Através das redes sociais, os estudantes marcaram uma manifestação para amanhã, às 15h30, na praça da Redenção, em frente à Biblioteca Municipal Ney Pontes, seguindo em caminhada rumo ao prédio da Reitoria da Uern, na rua Doutor Almino Afonso, Centro.
"Estamos vivendo uma insegurança. Não há transparência nesse processo de adoção do Enem. Quando a UFRN resolveu aderir ao Exame, anunciou um ano antes, e, ainda assim, colocou só 50% do peso com ele e a outra metade com o vestibular, deixando o uso total do Enem só para 2016. Queremos saber como vai ser o processo na Uern, pois como está hoje não há condições de haver esta mudança", disse o estudante Kennedy Fernandes.
Outro ponto levantado pelo estudante é o alto índice de evasão dos estudantes aprovados através do SiSU, além da possível saída da mão de obra qualificada formada pela Uern para outros estados.
"Com o SiSU, o índice de evasão tem sido muito grande, o que representa um desperdício do dinheiro público, pois é feito um investimento que deixa de trazer retorno à sociedade. Outra questão a se pensar é que, com o Enem, pessoas de outros estados irão ingressar na Uern e depois voltar a seus lugares de origem, o que significa perda da mão de obra qualificada no Rio Grande do Norte", conta Kennedy Fernandes.
O reitor da Uern se reuniu ontem com os estudantes e pediu para que fosse marcada uma nova reunião, tendo em vista que amanhã não poderá recebê-los, pois estará em um evento da Universidade em Natal.

de o mossoroense

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