Em reunião ontem com o presidente da Câmara Municipal de Mossoró,
Alex Moacir, o reitor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
(Uern), Pedro Fernandes; o vice-reitor Aldo Gondim e o diretor da
Comissão Permanente de Vestibular (Comperve), Egberto Mesquita,
discutiram a realização de uma audiência pública para debater mudanças
no sistema de acesso à Universidade através da adoção do Exame Nacional
do Ensino Médio (Enem).
O presidente da Câmara se comprometeu em
agendar a assembleia para os próximos dias, comunicando à Universidade e
à sociedade qual o dia da realização do debate público, ressaltando a
importância da discussão com toda a sociedade, em razão do papel social
da instituição.
A Uern tem usado o Enem como forma parcial de
classificação, deixando como escolha do candidato optar ou não pela
integração do exame na nota final. Contudo, a possibilidade levantada
pela Reitoria de adotar a prova do Enem como mecanismo de aprovação na
Universidade através do Sistema de Seleção Unificada (SISU) tem gerado
discussões entre alunos, professores e candidatos a ingresso nos cursos
da instituição.
O reitor Pedro Fernandes afirma que, caso haja
mudança, não será por imposição, pois o debate vem sendo feito desde o
início do ano e será intensificado até agosto, discutido tanto no
Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (Consepe) da Uern, quanto em
audiência pública. "Essa discussão não é de agora, vem desde o início do
ano. Por isso orientamos os alunos que façam o Enem, pois, caso a
Universidade opte pelo Enem, ninguém será prejudicado", destaca.
O
reitor defende que, para a Uern aderir ao Enem significa uma economia de
pelo menos R$ 600 mil anuais (gasto com a realização do PSV), além de
abrir as portas para conseguir mais recursos do Ministério da Educação
(MEC), que serão aplicadas na melhoria da infraestrutura da instituição.
Ele enfatiza que a adoção do Exame manterá a seleção do sistema de
cotas: ofertando 50% das vagas para estudantes de escola pública e 5%
para deficientes.
Estudantes organizam movimento contra possível modificação no sistema de seleção
Ao
saber da possibilidade de adoção do SiSU pela Uern, estudantes que se
preparam para enfrentar o processo de seleção para os cursos da
instituição começaram mobilização para buscar esclarecer dúvidas a
respeito do processo de transição nos critérios de classificação na
Uern. Através das redes sociais, os estudantes marcaram uma manifestação
para amanhã, às 15h30, na praça da Redenção, em frente à Biblioteca
Municipal Ney Pontes, seguindo em caminhada rumo ao prédio da Reitoria
da Uern, na rua Doutor Almino Afonso, Centro.
"Estamos vivendo uma
insegurança. Não há transparência nesse processo de adoção do Enem.
Quando a UFRN resolveu aderir ao Exame, anunciou um ano antes, e, ainda
assim, colocou só 50% do peso com ele e a outra metade com o vestibular,
deixando o uso total do Enem só para 2016. Queremos saber como vai ser o
processo na Uern, pois como está hoje não há condições de haver esta
mudança", disse o estudante Kennedy Fernandes.
Outro ponto levantado
pelo estudante é o alto índice de evasão dos estudantes aprovados
através do SiSU, além da possível saída da mão de obra qualificada
formada pela Uern para outros estados.
"Com o SiSU, o índice de
evasão tem sido muito grande, o que representa um desperdício do
dinheiro público, pois é feito um investimento que deixa de trazer
retorno à sociedade. Outra questão a se pensar é que, com o Enem,
pessoas de outros estados irão ingressar na Uern e depois voltar a seus
lugares de origem, o que significa perda da mão de obra qualificada no
Rio Grande do Norte", conta Kennedy Fernandes.
O reitor da Uern se
reuniu ontem com os estudantes e pediu para que fosse marcada uma nova
reunião, tendo em vista que amanhã não poderá recebê-los, pois estará em
um evento da Universidade em Natal.
de o mossoroense
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