O reitor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern),
Pedro Fernandes, anunciou durante audiência pública promovida na manhã
de ontem, 22, na Câmara Municipal de Mossoró (CMM), que a decisão sobre a
instituição aderir à nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como
forma de ingresso dos estudantes no Ensino Superior pode ser
antecipada.
"A decisão deve ser tomada e anunciada entre julho e
agosto, mas, dependendo dessas discussões, na Câmara, em outros
municípios, talvez até a gente antecipe, mas só iremos discutir no
Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) quando tivermos
enriquecido todos os argumentos", relatou Pedro Fernandes.
Ainda na
audiência pública, proposta pelo vereador Alex Moacir e que contou com a
presença de representantes da comunidade acadêmica, Secretaria
Municipal de Educação, 12ª Diretorial Regional de Educação, Cultura e
Desporto (Dired), Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa),
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RN (IFRN),
escolas particulares, entre outros, o reitor Pedro Fernandes destacou os
benefícios que a adesão ao Sistema de Seleção Unificada (SiSU) pode
trazer para a Uern:
"Por parte da Universidade, ela está vendo a
questão da assistência estudantil. Com adesão ao Enem/SiSU, a Uern terá
nos seus cofres mais de R$ 2 milhões, oriundos do Governo Federal,
através do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAEST). Vamos
deixar de gastar R$ 200 mil no PSV, que custa hoje cerca de R$ 600 mil,
sendo que arrecadamos R$ 400 mil com inscrições", frisou.
Além das
questões financeiras, a adoção do Enem/SiSU acarretará, segundo o
reitor, uma maior segurança no processo de seleção. "O Processo Seletivo
Vocacionado é trabalhoso, queremos um trabalho focado em melhorias.
Temos cursos como Medicina, que tem concorrência com mais de 100 por
vaga, e nós sabemos que existe toda uma tentativa de entrar nesses
processos por formas não legais. O Enem está consolidado, a Uern
aguardou o momento ideal, em que todas as demais instituições atestassem
o SiSU para iniciar essa discussão e uma provável adesão", ratificou.
Estudantes argumentam sobre a adesão ao Enem
Representante do movimento "Queremos o PSV 2015", Kennedy Menezes,
defendeu a manutenção do Processo Seletivo Vocacionado, pelo menos até o
ano que vem. "Não somos contra o Enem/SiSU, o que queremos é um tempo
maior para adaptação. Toda mudança precisa ser lenta e gradual, não
imposta arbitrariamente. É preciso entender que aquelas pessoas que já
vinham se preparando para o PSV serão prejudicadas, aquelas que já
concluíram o Ensino Médio também. A discussão precisa ser aprofundada",
concluiu.
Já representando os estudantes secundaristas, a discente
Maria Luíza, que cursa atualmente o 3º ano do Ensino Médio, se mostrou a
favor da substituição do tradicional PSV pelo Enem/SiSU. "Eu me sinto
preparada para o Enem. Com a adesão pela Uern, a permanência dos alunos
na instituição será facilitada, pois a Universidade terá mais recursos
para isso. A falta de recursos é um grave problema enfrentado pela Uern,
que precisa, sim, adotar o Enem como forma de acesso o quanto antes",
justificou.
O pró-reitor de Graduação da Ufersa, Augusto Pavão, a
coordenadora pedagógica da 12ª Dired, Maria Alves, e a presidente do
Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Uern, Lidiane Samara, também
apresentaram argumentos a favor do Enem/SiSU como método de ingresso dos
estudantes no Ensino Superior na Uern.
d o mossororense
Nenhum comentário:
Postar um comentário