A situação da prefeita de Mossoró, Cláudia Regina (DEM), e do vice,
Wellington Filho (PMDB), não está nada confortável. Depois de ter sido
cassada seis vezes e ter sete condenações na Justiça Eleitoral de
primeiro grau, a dupla de gestores vê o primeiro recurso ingressado por
ela no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) ir a julgamento (pautado para o
dia 7 de novembro), justamente, nas mãos do juiz federal Eduardo
Guimarães.
Para quem não lembra, Eduardo Guimarães já foi relator de outros dois
pedidos movidos por Cláudia Regina no TRE e não foi nada favorável aos
pleitos dela. A primeira cassação a Cláudia Regina, proferida pelo juiz
eleitoral Herval Sampaio e datada de março, foi anulada pelo juiz Pedro
Cordeiro, também de primeiro grau. O Ministério Público Eleitoral (MPE)
recorreu da anulação e a matéria foi distribuída para Eduardo Guimarães.
O magistrado não só defendeu a validade da cassação, como também
decidiu que os vários embargos movidos pela defesa da prefeita tinham
perfil protelatório e, por isso, deveriam ser anulados. Resultado: como
não haviam recorrido da condenação ao TRE, os advogados de Cláudia
Regina teriam perdido o prazo de recurso e o processo transitaria em
julgado. Cláudia e Wellington seriam afastados e não poderiam mais
recorrer a nenhuma outra instância.
O voto de Eduardo Guimarães, no entanto, não foi aprovado na sua
integralidade pela maioria. A Corte, apenas, considerou que a cassação
deveria valer. A defesa recorreu e, agora, o recurso vai a julgamento,
novamente, nas mãos do mesmo juiz eleitoral.
Ressalta-se, entretanto, que esse não foi a única participação que
Eduardo Guimarães teve nas polêmicas condenações de Cláudia Regina em
Mossoró. Contrariando a sorte da prefeita, quando ela foi afastada por
decisão da juíza Ana Clarisse (de primeiro grau), a defesa pediu um
efeito suspensivo que caiu, justamente, para o juiz federal.
O magistrado levou o caso direto para análise do plenário do TRE.
Votou contrário, alegando que a juíza de primeiro grau teve muito mais
informação sobre o processo do que eles e, baseado no fato de que
Cláudia Regina já havia sido cassada quatro vezes até aquele momento
(hoje já são seis cassações), ela estava caminhando muito mais para uma
situação de afastamento do que de absolvição. A Corte, por maioria de
votos, não concordou com ele. Concedeu o efeito suspensivo e Cláudia
Regina e Wellington Filho voltaram para a Prefeitura.
Vale lembrar que, se for novamente cassada, desta vez, no Tribunal
Regional Eleitoral, Cláudia Regina será afastada da Prefeitura de
Mossoró e o Município terá uma nova eleição para o cargo de prefeito e
vice-prefeito. Além do recurso movido por Cláudia Regina, no dia 7 será
julgado, também, uma absolvição que ela conseguiu no primeiro grau. Este
recurso, no caso, foi movido pelos autores da denúncia, o advogado
Marcos Araújo, da coligação que foi encabeçada por Larissa Rosado (PSB),
candidata derrotada por Cláudia nas eleições de 2012.
fonte portal noAr
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