Nos últimos quatro meses, a presidente Dilma Rousseff
lançou novos programas, viajou mais pelo País, denunciou a espionagem
dos Estados Unidos em discurso na ONU, distribuiu máquinas a centenas de
prefeitos e fez três pronunciamentos em rede nacional de televisão –
mas nem assim concretizou a previsão de seu marqueteiro, João Santana,
de que até novembro recuperaria a popularidade perdida na onda de
protestos de junho.
A recuperação de Dilma foi parcial e está empacada há dois meses –
depois que a avaliação positiva do governo desabou, entre junho e julho,
houve uma leve melhora, em agosto, mas desde então nada mudou. Além
disso, houve um acirramento de posições: diferentes segmentos da
sociedade – jovens e velhos, ricos e pobres – nunca divergiram tanto
sobre a gestão da presidente.
Pesquisa Ibope feita na primeira quinzena de junho, antes que os
protestos contra aumentos nas tarifas de ônibus ganhassem caráter
nacional, mostrou que 55% dos brasileiros consideravam o governo bom ou
ótimo. Um mês depois, a taxa caiu para 31%. Em termos absolutos, o
número de eleitores satisfeitos com a gestão passou de 77 milhões para
43,5 milhões – uma queda de 33,5 milhões em 30 dias.
Em agosto, depois de Dilma responder à pressão das ruas com o
lançamento de “cinco pactos a favor do Brasil”, a avaliação positiva do
governo subiu sete pontos porcentuais – é como se 10 milhões de
brasileiros recuassem de sua postura de animosidade. Mas 23,5 milhões
não voltaram para o ninho governista – nem em agosto, nem em setembro,
nem em outubro.
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