Aos gritos de “Fora, Rosalba”, os servidores da Polícia Civil e do
Instituto Técnico Científico de Polícia (Itep), demonstraram na manhã de
hoje (5) o clima de total indignação e tristeza que as duas categorias
sentem com a pouca atenção com que o Governo do Estado as trata. Eles
revelaram ainda revolta com as propostas apresentadas pelo executivo
durante a reunião da última terça-feira, quando o secretário-chefe da
Casa Civil, Carlos Augusto Rosado, entregou um papel sem o timbre
oficial ou qualquer assinatura dos representantes estaduais, com seis
pontos que poderiam ser atendidos.
“Esse papel não tem qualquer valor e demonstra o total desrespeito e
abandono com que o Governo trata a Polícia Civil e o Itep. Nós esgotamos
todas as tentativas para que os gestores apresentassem uma
contraproposta passível de análise e não a afrontosa e desrespeitosa
como a que foi dita e apresentada na última terça-feira (3). Diante
disso e dos apelos feitos ao chefe da Casa Civil, nos retiramos da sala
por entendermos que não haveria negociação”, explicou o presidente do
Sindicato dos Policiais Civis e Servidores em Segurança Pública
(Sinpol), Djair Oliveira.
Ele disse também que, apesar da pauta apresentada pelo Sinpol/RN ao
executivo conter as reivindicações tanto dos agentes e escrivães da
Polícia Civil como dos servidores do Itep, estes foram excluídos da
contraproposta apresentada por Carlos Augusto, que afirmou, de forma
categórica, que não encaminharia o anteprojeto que cria o Estatuto e a
Lei Orgânica da categoria à Assembleia Legislativa.
“É só isso que a categoria reivindica e, mesmo assim, ele afirmou que
não tinha nada a oferecer aos servidores do Itep, como se eles não
existissem. Disse que só faria isso após o Estado sair da situação em
que está. Nós esperávamos que o Governo fosse dar o mesmo tratamento
digno dispensado aos servidores da Educação e Saúde, mas isso não
aconteceu”, desabafou Djair.
Para as duas categorias, a proposta apresentada pelo Governo do
Estado demonstra um grande desrespeito da gestão com a Segurança Pública
do Rio Grande do Norte e o não reconhecimento do abandono e do caos
enfrentado pela Polícia Civil e pelo Itep. Diante disso, eles decidiram
intensificar a greve, que completa um mês amanhã.
Além disso, dos seis pontos apresentados pelo Estado, parte deles não
atende às necessidades básicas da Polícia Civil, como é o caso da
aquisição de armamento, coletes a prova de balas e algemas. Conforme o
documento, que não tem timbre ou assinatura de nenhum dos representantes
estaduais, o material é apenas para os policiais que forem convocados.
“Ele (Carlos Augusto) disse que o material seria entregue apenas para
os convocados, e que os que já estão trabalhando não receberiam nada
porque o Estado não tinha condições. Isso é brincar com a vida dos
servidores, que trabalham em exposição constante e riscos de morte e
outras consequencias graves. E isso só reforça o total abandono e
descompromisso do Governo com a Polícia Civil e o Itep”, afirmou.
Atualmente, além dos agentes e escrivães da Polícia Civil e dos
servidores do Itep, os delegados civis também estão de braços cruzados,
reivindicando melhorias nas condições de trabalho. Sem contar no caos
denunciado constantemente pelos juízes da Infância e Juventude no
sistema socioeducativo e pelos agentes penitenciários, sobre as unidades
prisionais do Estado, que possui dez unidades sob intervenção judicial,
por precárias condições de funcionamento e iminente risco de vida para
apenados e servidores estaduais.
do portal JH
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