O troca-troca partidário das últimas semanas (clique
na imagem ao lado ou aqui para ver as mudanças) quase não alterou
posições na lista dos partidos com mais deputados na Câmara, mas
provocou o encolhimento das bancadas de siglas tradicionais e levou pelo
menos duas legendas a ficar sem representantes no Legislativo. Dos 59
deputados que trocaram de partido desde 1º de setembro (11,5% do total
de 513), segundo levantamento do G1 com base em dados da Câmara, 37
migraram para os recém-criados Partido Republicano da Ordem Social (PROS) e Solidariedade (SDD). Além disso, essas duas siglas atraíram sete deputados licenciados (que atualmente não estão exercendo o mandato).
Com 20 deputados, o SDD nasceu com a nona bancada na Câmara, atrás de
PT (88), PMDB (76), PSDB (46), PP (41), PSD (39), PR (33), DEM (25) e
PSB (25). O PROS (ao lado do PTB) é a 11ª bancada, com 17 deputados, um a
menos que o PDT (18). Os dois novos partidos ainda poderão ampliar o
tamanho das bancadas se os deputados licenciados que se filiaram
decidirem retomar o exercício do mandato (três do SDD e quatro do PROS).
A temporada de troca de partidos foi motivada pela eleição do ano que
vem, que escolherá presidente, governadores, senadores, deputados
federais e deputados estaduais. O prazo de filiação para quem pretende
disputar a eleição terminou no último dia 5. Os deputados têm de
notificar à Câmara a troca de legenda, mas como os partidos têm até a
próxima segunda (14) para entregar à Justiça Eleitoral a lista de todos
os filiados, pode ser que algum parlamentar tenha mudado de sigla e
ainda não tenha informado.
Com o troca-troca, dois partidos perderam o único deputado que tinham
e deixaram de ter representação parlamentar (PRTB e PSL). Agora, dos 32
partidos brasileiros, 23 estão representados na Câmara (veja ao lado o
ranking das bancadas, quem ganhou e quem perdeu). Dos chamados grandes
partidos, somente um, o PP, conseguiu ter a bancada ampliada após o
troca-troca partidário – três saíram, mas outros cinco entraram e com
isso o partido foi de 39 para 41 deputados.
Os demais só perderam (PT, PMDB, PSDB, PSD, PR, DEM, PDT, PTB). O
maior prejuízo foi do PDT, cuja bancada diminuiu de 26 para 18
deputados. O PMDB, partido do presidente da Câmara, Henrique Eduardo
Alves (RN), caiu de 82 para 76 representantes. O PSB, do governador
Eduardo Campos (PE), possível candidato a presidente da República, tinha
25 deputados, perdeu quatro, mas filiou outros quatro e manteve o mesmo
número.
Dentre os que se filiaram, o partido recebeu deputados que pretendiam
entrar na Rede Sustentabilidade, cujo registro foi negado no último dia
3 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Após a decisão do TSE, a
ex-senadora Marina Silva decidiu se filiar ao PSB, e os deputados
Alfredo Sirkis (ex-PV) e Walter Feldman (ex-PSDB) resolveram
acompanhá-la. No Senado, até esta sexta-feira (11), havia registro de
somente dois casos de mudança de legenda entre os 81 senadores –
Vicentinho Alves (TO), do PR para o SDD, e Kátia Abreu (TO), do PSD para
o PMDB.
(Portal G1)
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