Os municípios não têm sido prejudicados apenas pelo Governo Federal
quando se trata do repasse de recursos públicos. Desde 2010, o Governo
do Estado não faz o repasse legal para os municípios referentes aos
programas de “Atenção Básica à Saúde” e da “Farmácia Básica”. A dívida
chega ao montante de R$ 60 milhões.
Tanto é que o Ministério Público e a Federação dos Municípios do Rio
Grande do Norte (Femurn) ajuizaram hoje (21), uma Ação Civil Pública
para assegurar a destinação desses recursos para todos os municípios do
Estado, excetuando-se Natal e Caicó, onde já existem ações
específicas. A falta desses recursos têm trazido reflexos graves nas
condições de saúde dos municípios, conforme demonstrou a Femurn em
reunião com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesap), expondo a situação
calamitosa da assistência farmacêutica instalada nas prefeituras do
interior.
Para o Programa Farmácia Básica o Governo do Estado deixou de
repassar R$ 21.609.862,43; e para o Programa Atenção Básica a dívida
chega a R$ 38.929.402,41. “Tais valores são imprescindíveis aos
municípios potiguares para a manutenção do atendimento de saúde à
população no nível de assistência primária, sendo inconcebível a
ausência de repasses, ante as dificuldades em que vivem os municípios do
Estado no que tange os serviços básicos de saúde”, destaca a Ação Civil
Pública.
Dessa forma, o MP e a Femurn pedem que a Justiça determine a
regularização imediata dos repasses mensais aos municípios, a partir da
competência de outubro/2013, com repasse mensal até o 5º útil do mês
subsequente, se necessário, anulando outras dotações orçamentárias
existentes em áreas menos prioritárias.
Além disso, a Ação pede a abertura de crédito especial em favor do
programa da “Assistência Farmacêutica Básica”, uma vez que não existe
rubrica orçamentária prevista para esse fim na Lei Orçamentária Anual
2013; e inclusão no Orçamento Geral do Estado/SESAP para 2014 créditos
orçamentários suficientes que absorvam a previsão de pagamento do
montante correspondente a 50% do valor da dívida em atraso dos dois
programas de saúde em questão, totalizando R$ 30.269.632,42 (trinta
milhões duzentos e sessenta e nove mil seiscentos e dois reais e
quarenta e dois centavos).
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