sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Incertezas sobre futuro político da prefeita Cláudia Regina agitam Mossoró



O centro de Mossoró é um habitat de figuras sempre dispostas a opinar e defender suas convicções políticas faça sol ou faça muito sol. Na sexta-feira (11), enquanto aguardava a chegada do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), um grupo de senhores conversava animadamente sobre o afastamento da prefeita Cláudia Regina (DEM), alvo de cinco processos de cassação e que aguarda mais quatro serem julgados.
- A mulher é forte. Isso aí é coisa armada, da oposição – bradou numa confeitaria um senhor a quem os outros chamavam de Zé. Moreno, alto e com o cabelo grisalho, sorvia goles de café entre os argumentos. – Cláudia veio para ficar – predestinava o homem, como um autêntico membro da bancada governista na Câmara Municipal de Mossoró, situada nas imediações.
Aquele era o segundo dia desde que a prefeita da segunda maior cidade do Estado retornara à cadeira de onde foi destronada pela acusação de fraude eleitoral no ano passado. A guilhotina é disparada da 34ª Zona Eleitoral. Ora o carrasco é o juiz Herval Sampaio, ora Ana Clarisse Arruda se vê obrigada a degolar a prefeita e seu vice, Wellington Filho, diante de vasta prova de cometimento de crime.
“Não acredito nisso. É mentira. É invenção”, continuava o homem enquanto sorvia o café e agora se detia entretido com um exemplar do dia do Jornal de Fato. Um dos convivas, que curiosamente lia O Mossoroense, falou sem erguer o olhar.
- É claro que ela é inocente. É a Justiça que deve estar errada, Zé.
Inocente ou não, a instabilidade vivida pela prefeita repercute para além das rodas de cafezinhos de Mossoró. Durante os oito dias em que o Palácio da Resistência teve três prefeitos, a insegurança quase se refletiu em serviços básicos. Médicos ameaçaram paralisar os serviços por atrasos no pagamento. De mesmo argumento se valeu o serviço de limpeza da cidade para estancar as vassouras nas ruas.
A primeira das indecisões que fez todos os cargos comissionados se prostrarem de joelho veio com a assunção do vereador Alex Moacir, em 2 de outubro. Ele saiu da vice-presidência da Câmara de Mossoró para se encastelar interinamente no Palácio da Resistência porque o primeiro na linha sucessória, o presidente da Casa, Francisco José Júnior, estava no exterior. Ao anunciar que não iria mexer na estrutura de cargos, Moacir levou alento à classe prostrada e que foi utilizada eleitoralmente em favor de Cláudia, de acordo com as várias acusações que pesam contra ela.
Alex se empenhou para não deixar passar despercebida sua titularidade nas instalações palacianas. Reuniu o secretariado no segundo dia de mandato interino e posou para eternidade como prefeito de Mossoró. Mal deu tempo de ir mais além em outros feitos midiáticos. Seu sucessor, Francisco José Júnior, desembarcou em solo mossoroense para ser sagrado rei interino. Começou a titularidade do mandato reunindo tantos quanto pode no Palácio da Resistência.

“Criamos o projeto Tribuna Popular na Câmara e pensamos em algo semelhante para a Prefeitura: um Gabinete Popular, que recebe as lideranças comunitárias, ouve suas reivindicações e encaminha soluções rápidas”, contou à reportagem institucional o prefeito interino de Mossoró, como se estivesse ungido pela certeza de que Cláudia jamais retornaria, e de que aquele seria o primeiro de grandes atos.
E em princípio foi. Uma vez empossado, Francisco José Júnior elevou ao quadrado as certezas de eternidade que acometeu seu antecessor ao cumprir vasta agenda de prefeito.
Foi a circuito de futebol de dois bairros, visitou duas upas, foi à zona rural checar projetos municipais, se reuniu com policiais militares, guardas municipais e servidores, a quem levou a mensagem de tranquilidade que todos estavam ansiosos por ouvir. Como de se esperar, divulgou seus feitos.
Tanta disponibilidade para se expor à imprensa, contudo, não tem se registrado agora. Desde o ínicio da semana que a reportagem do portalnoar.com tenta falar com os dois vereadores. Com a prefeita Cláudia Regina, as tentativas foram várias com sua assessoria de imprensa, que ficou de dar retorno, mas não cumpriu com a palavra até a publicação desta reportagem, realçando, assim, as incertezas que circundam Mossoró.

fonte portal noAr

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