Qual será o efeito prático do racha político entre a governadora
Rosalba Ciarlini e o seu marido Carlos Augusto Rosado, chefe do Gabinete
Civil do governo do Estado, com o senador e presidente nacional do DEM,
José Agripino Maia? Essa é a questão elaborada e discutida nos últimos
tempos por dez em cada dez políticos e analistas políticos do Rio Grande
do Norte.
Fruto de um governo em franco desgaste e que tenta, a todo custo,
mostrar que está vivo, a corrosão no relacionamento político entre
Rosalba, Carlos e Agripino deixou a esfera privada da para alcançar as
páginas dos jornais. O último lance dessa novela foi apresentado na
edição desta sexta-feira de O Jornal de Hoje: a concretização da ação do
DEM, que é o partido dos três, comandado por Agripino, contra o
deputado federal Betinho Rosado, cunhado de Rosalba e irmão de Carlos
Augusto. Ninguém em sã consciência acredita que Rosalba e Carlos
concordaram com a medida de Agripino. Afinal, Betinho pertence ao grupo
político do casal e comandará um partido – o PP – que estará no palanque
de Rosalba.
SINAIS
Os sinais de distanciamento entre o casal e o senador são cada vez
mais evidentes e já transparecem nas declarações de parte a parte. Em
entrevista na semana passada ao jornal Valor Econômico, Rosalba disse
que construiu sua candidatura ao governo em 2010 sem o senador,
pontuando, desta forma, em que pé se encontra a relação entre ambos: “Na
hora que Agripino não me quiser, vou tomar meu rumo”, afirmou Rosalba.
“Minha relação com Agripino sempre foi franca e aberta. Quando eu
construí minha candidatura ao governo, ele não veio comigo fazer a
construção. Vou sair daqui (do DEM, se isso tiver que acontecer), como
tudo que fiz na vida, de cabeça erguida e mãos limpas”, disse a
governadora.
Rosalba, entretanto, não se filiou a outra legenda até 5 de outubro a
tempo de concorrer nas eleições do ano que vem. Para muitos, este seria
um sinal de que ela permanecerá no DEM, apostando todas as fichas numa
recuperação administrativa com vistas a tentar a reeleição em 2014.
Entrevista ISTOÉ
O Senador José Agripino (DEM-RN), presidente nacional do DEM, corre o
risco de perder o único deputado federal de seu Estado nas eleições,
seu filho, Felipe Maia.
ISTOÉ – O DEM conseguirá sobreviver no Rio Grande do Norte?
Agripino – O diálogo com o PMDB está aberto, mas o PT veta essa aliança. Sem o pmdb, podemos ficar sem o coeficiente eleitoral.
ISTOÉ –O índice de rejeição de 83% da governadora Rosalba Ciarlini prejudica o partido?
Agripino – Nossa prioridade são as eleições proporcionais. Quanto às eleições majoritárias, veremos ainda.
ISTOÉ – Qual é a meta do DEM em 2014?
Agripino – Nossa projeção é eleger 40 deputados. Em Goiás, vou
trabalhar para fazer o deputado Ronaldo Caiado senador. Ele resistiu às
turbulências incólume.
Fonte: ISTOÉ / Jornal de Hoje
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