Alegando inconstitucionalidade por ferir o pacto federativo, a
governadora do Estado do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, vetou de
forma integral o projeto de Lei que liberava a venda de bebidas
alcoólicas nos estádios de futebol locais. O projeto havia sido aprovado
pela Assembléia Legislativa, que ainda pode derrubar o veto.
De
acordo com a justificativa da governadora, publicada no Diário Oficial
de ontem, “há vícios de inconstituicionalidade material pois o
dispositivo propõe disciplinar atribuição a ser observada pelo Poder
Executivo Municipal, o que enseja afronta ao pacto federativo e à
autonomia prevista no artigo 18 da Constituição Federal de 1988”.
O
problema diz respeito ao fato de que os bares seriam licenciados pela
autoridade municipal e não pelo estado. Dessa forma, caso aprovasse o
projeto de Lei, o governo estaria invadindo poderes municipais.
Além
disso, a fiscalização seria de responsabilidade da Seel – Secretaria de
Esporte do Estado, segundo o projeto, o que fere frontalmente a
constituição segundo justifica a governadora em seu veto, uma vez que
essa atribuição é exclusiva do poder executivo e não pode ser
determinada pelo Legislativo. Neste caso a inconstitucionalidade é
subjetiva.
O promotor José Augusto Peres já havia se manifestado
contra o projeto de Lei que fora apresentado pelo deputado José Adécio.
No entanto, a justificativa encontrada para se opor a proposta tinha
sido diferente. “Essa lei não vale de nada. Quem regula e veta a venda
de bebidas alcoólicas nos estádios é o Estatuto do Torcedor, mediante
uma lei Federal. Por isso, vou só esperar que ocorra a sanção e que a
lei estadual seja publicada, para representar e dar ciência na
Procuradoria-Geral e buscar a inconstitucionalidade da mesma”, afirmou.
Por
outro lado, o projeto de Lei tinha encontrado defensores no próprio
judiciário. Em entrevista à Tribuna do Norte quando da aprovação do
projeto na Assembléia, o juiz de direito Paulo Luciano Maia afirma que a
derrubada do veto sobre a venda de bebidas nos estádios de futebol
seria “uma vitória do bom-senso”. Paulo Maia concluiu dizendo ser
favorável a aplicação da lei contra os brigões.
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