quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

PT decide integrar base de prefeito interino e espaços serão decididos em reunião amanhã

Por 17 votos a 15, o diretório municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu compor a base de sustentação do prefeito interino Francisco José Júnior (PSD). Para amanhã está prevista uma reunião para discutir em que bases serão firmadas essa aliança.
De acordo com o presidente municipal do PT, Gilberto Diógenes, a agremiação não tem interesse em cargos. A decisão de ontem foi no sentido de abrir mão da candidatura própria para compor com o prefeito interino. "Não reivindicamos secretaria alguma. Iremos compor com Silveira (como o prefeito também é conhecido) em caso de eleição suplementar. Nessa instabilidade não temos como querer cargos porque se trata de um governo provisório", justificou.
O presidente do PT admitiu que no fim de dezembro o prefeito interino chegou a oferecer o comando da Secretaria Municipal de Saúde. "Quando Jacqueline (Amaral, ex-secretária) saiu a vaga dela foi oferecida, mas agora ele colocou outra secretária e ele não vai demiti-la por causa de acordo político", frisou.
Comenta-se ainda que foram oferecidas ao PT as pastas da Agricultura e Educação.
Outro defensor da composição, o petista Nelson Gregório disse que um dos fatores para a decisão é a necessidade de tirar Francisco José Júnior do isolamento. "Por isso a nossa decisão foi importante", acrescentou.
Para Íbero Hipólito a decisão de ontem não é definitiva. "Quem decide se o partido tem ou não candidatura própria são os filiados", explicou.
Em nota, o grupo que defendia uma candidatura própria em torno do vereador Luiz Carlos (PT) disse que a legenda ao se aliar ao PSB tinha como meta retomar a vaga na Câmara Municipal. "Superada a fase de retomada do espaço do PT na Câmara, nosso propósito deve ser a de oferecer ao povo de Mossoró a oportunidade de ter uma gestão, que inverta a prioridade de ações e projetos estruturantes voltados para a maioria da sociedade, como o PT tem desenvolvido junto com os aliados no plano nacional com os Governos LULA, e agora o Governo DILMA. Os diversos e profundos investimentos implementados em Mossoró nos credencia a apresentar uma nova alternativa para a cidade vinculada com o projeto social aprovado pela maioria dos brasileiros e em especial pelos mossoroenses", disse.
No fim do documento, os petistas derrotados lamentaram a decisão. "avaliamos como precipitado a participação do PT na atual gestão do governo interino, dado à sua provisoriedade, bem como por não termos clareza quanto ao seu perfil partidário, programático e ideológico, e seus diversos atores, que ainda nutrem grande influência da gestão passada da ex-prefeita Fafá Rosado do DEM, e agora recém-filiada ao PMDB", concluiu.
Para a reunião de amanhã haverá uma comissão formada por quatro integrantes: Gilberto Diógenes, Luiz Carlos e mais dois membros das tendências.
Pela primeira vez o PT será situação em Mossoró
Pela primeira vez em quase 34 anos de existência, o PT vai fazer parte de um governo em Mossoró. A legenda já chegou a ter dois vereadores e disputou a Prefeitura de Mossoró em 1982, 1988, 1992, 1996, 2000 e 2004.
Com exceção de 1992 quando o hoje vereador Luiz Carlos obteve mais de 6 mil votos, em todas as outras o PT teve menos de 5 mil sufrágios.
Nas eleições de 2008 e 2012 o PT indicou o vice da chapa encabeçada pela deputada estadual Larissa Rosado (PSB). Foram, respectivamente, Tércio Pereira e Josivan Barbosa.
O curioso na decisão de segunda-feira é que o grupo que defendeu a aliança com Francisco José Júnior é o mesmo que há dois anos era a favor de uma candidatura própria. Já o grupo que defendia uma aliança com o PSB foi o mesmo que agora entendia uma candidatura do partido numa eventual eleição suplementar.
Caso venha a indicar cargos no primeiro escalão, o PT corre risco de ficar pouco tempo aliado do prefeito interino. É que existe a possibilidade de retorno da prefeita afastada Cláudia Regina (DEM) por meio de três liminares concedidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Por enquanto a expectativa é de que um eventual retorno só se configure no mês de fevereiro, quando a ministra Laurita Vaz retoma as atividades na corte eleitoral.

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