Presidente da Federação Nacional dos Médicos questiona ações e medidas dos governos estadual e federal
Ao avaliar a atuação do governo Rosalba Ciarlini (DEM) no setor de
Saúde, o presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Geraldo
Ferreira, classificou como uma “destruição sistemática dos serviços
existentes”. Em entrevista ao “Jornal da Cidade” (94 FM), ele citou os
fechamentos de serviços de pediatria do Hospital Deoclécio Marques
(Parnamirim) e as tentativas do governo de fechar também os serviços de
pediatria dos hospitais Walfredo Gurgel e Santa Catarina (Zona Norte).
“Qual é o argumento para se fechar esses serviços de pediatria que o
Estado tem? Que a responsabilidade é do município. Pois bem. E se você
fecha, quem vai atender? E o povo desassistido, a quem cabe a
responsabilidade?”, questionou, durante entrevista.
Ao falar sobre a política da presidente Dilma Rousseff para o setor, o
presidente da Fenam não foi menos duro. Ele disse que o Congresso
Extraordinário Charles Demian, que ocorreu no Rio de Janeiro entre os
dias 29 e 30 de novembro, e que comemorou os 40 anos da Fenam, foi
marcado pelo afastamento definitivo da classe médica brasileira com o
governo federal.
“O Congresso da Federação Nacional dos Médicos jogou definitivamente a
Federação na alinha de confronto com o governo. Nós vamos fazer
oposição ao governo Dilma, nós vamos fazer oposição ao ministro Padilha
(da Saúde) por termos identificado como destruidores da saúde pública
brasileira e como inimigos dos médicos brasileiros. Essa foi uma decisão
difícil, dura, no voto, com uma maioria pequena, mas expressiva”,
disse.
A partir desse rompimento com o governo federal, a Fenam planeja
lançar candidaturas do movimento sindical para disputar nas eleições de
2014, que serão realizadas para a escolha de deputados estaduais,
federais, senadores e governadores. “O Rio Grande do Norte deverá ter
suas candidaturas, a Paraíba, Pernambuco, Brasília; já temos
candidaturas estimuladas em vários estados, pois os médicos
compreenderam que precisam ter uma atuação política definida em defesa
da saúde pública brasileira, que está em um processo de destruição pelo
governo federal”, ressaltou Ferreira.
No entanto, ele esclarece que essas candidaturas não ocorrerão na
forma de financiamento de campanhas pelos sindicatos médicos – o que é
proibido por lei – mas no sentido de “uma posição moral dos médicos
contra o governo federal”. Ele acrescenta ainda que as candidaturas
apoiadas pela Fenam serão financiadas pelos próprios médicos e ainda que
serão candidaturas de todas as naturezas, mas que “o parlamento é um
dos objetivos principais”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário