As estradas foram bloqueadas com pneus e matos secos, e apenas ambulâncias e carros com pessoas doentes estavam permitidos a seguir em frente. O protesto teve como objetivo a reivindicação de melhorias infraestruturais nos acampamentos do Estado e a cobrança pela realização de vistorias anunciadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Ocuparam a BR-304 na manhã de ontem cerca de 200 moradores do acampamento Cirilo Neto, composto por aproximadamente 400 famílias. Portando facões, foices e bandeiras do MST, os manifestantes entoavam gritos de guerra, expressando a indignação diante dos graves problemas que enfrentam. "Nós queremos terra, essa luta é nossa, essa luta é do povo", diziam.
"Mais de mil acampados estão ocupando as rodovias do RN nesta manhã, solicitando que o Incra faça as vistorias que há tempos prometeu e constate a situação que estamos vivendo, em barracos de lona, sem estrutura nenhuma. Atualmente, mais de cinco mil famílias vivem dessa forma no Estado", destaca a representante do MST, Érica Silva.
Ainda segundo a integrante do Movimento, a pauta de reivindicações inclui também uma audiência na Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM). "A prefeita se nega a conversar com a gente, o que nós queremos é que tudo seja resolvido, mas ficaremos na BR o tempo que for necessário", frisa.
Outro ponto na pauta dos manifestantes, em nível estadual, diz respeito ao Poder Judiciário, que teria emitido ordens de despejo para os acampados.Para garantir a segurança no local, a Polícia Rodoviária Federal encaminhou uma guarnição à via, objetivando também uma possível negociação com os membros do MST. "A nossa missão institucional é manter o fluxo na rodovia, com segurança. Viemos conversar com os membros do Movimento, e só podemos adotar uma medida mais drástica com autorização dos nossos superiores", destacou o policial Jorge Braúna.
Durante o protesto, o trânsito no local foi ficando cada vez mais lento, e um engarrafamento foi formado, irritando motoristas como Micael Nogueira, que estava a caminho do trabalho, em Tibau. "É complicado para todo mundo, eu, por exemplo, estou sendo impedido de ir trabalhar, pois não resta outra alternativa se não aguardar pelo fim dessa interdição", lamentou.
fonte o mossoroense
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