Muita gente afirmava: deixe a campanha começar que vai aumentar o
interesse do povo pelas eleições. Contudo, depois de, praticamente, um
mês de campanha, o que se vê é que o desinteresse dos eleitores ainda
continua. Afinal, segundo o novo levantamento da Consult Pesquisa/ 96 FM
(o terceiro desde junho), um percentual de 84% dos entrevistados
afirmou não saber ou não votar em nenhum candidato que disputa o Governo
do RN, mostrando que ou eles não sabem quem está na disputa, ou ainda
não foi convencido por qualquer um dos nomes.
Afinal, isso é apontado pela pesquisa “não estimulada” da Consult, ou
seja, que perguntou em quem o eleitor entrevistado votará sem dar os
nomes que estão concorrendo pela chefia do Executivo Estadual. Faz,
precisamente, um mês que as convenções para definição dos candidatos
ocorreram e depois de várias matérias jornalistas, feitas por diferentes
veículos de comunicação, mostrando o plano de governo dos concorrentes,
o eleitor demonstrou um considerável desinteresse e indecisão sobre o
assunto.
Sobretudo, desinteresse, porque quando se disse quem está concorrendo
na campanha, o nível de dúvida até diminuiu o percentual de 84% de
indecisos – somando 70,4% de “não sabe dizer (em quem votará)”, com
13,6% de “não votará em ninguém”.
Porém, é importante ressaltar que não é só desinteresse pela
campanha. É, também, desinteresse pelos candidatos que estão na disputa.
Desinteresse e indefinição, porque mesmo na pesquisa estimulada, quando
os nomes dos concorrentes foram citados, quase metade dos entrevistados
disseram não saber em quem votar ou não votar em nenhum.
Aí, inclusive, um fato curioso: se 13,6% dos entrevistados disseram
não votar em ninguém quando a Consult não disse quem era os candidatos,
18,88% afirmaram não votar em nenhum deles depois que souberam quem
estavam na disputa. Isso mesmo: na estimulada, a rejeição a todos os
nomes subiu mais de cinco pontos percentuais.
De qualquer forma, Henrique se manteve a frente do principal
adversário, Robinson Faria (PSD), nos dois tipos de levantamento – não
estimulado e estimulado. No primeiro, alcançou 9% dos votos. No segundo,
quadruplicou esse número, chegando aos 37%. Robinson Faria saiu de
4,65% da pesquisa não estimulada para os 22,7% da estimulada, também
elevando consideravelmente o seu percentual.
Porém, se comparado com o levantamento da mesma Consult de 10 dias
atrás, é possível encontrar uma leve queda dos dois principais nomes e
também um aumento da popularidade dos três nomes que completam a
disputa: Robério Paulino (PSOL), Araken Farias (PSL) e Simone Dutra
(PSTU). Também destaca-se que houve uma redução da vantagem de Henrique:
que era de 15,36% e agora é de 14,3%.
REJEIÇÃO
A Consult também perguntou em quem o eleitor não votaria de maneira
nenhuma nesta eleição e Henrique e Robinson tiveram um percentual bem
parecido: 9,8% para o peemedebista e 9,1% do pessedista. Os dois são
rejeitados, principalmente, em Natal, onde Henrique não é votado por
16,5% e Robinson, por 12,2%. Aproximadamente 32% da Capital do Estado
também disse rejeitar “todos” os candidatos disponíveis atualmente.
Além das perguntas tradicionais da pesquisa, a Consult também
questionou quem o eleitor acredita que vai ganhar. E deu Henrique, com
44,6% das respostas. Outros 35,35% disseram que “não sabiam” quem
ganharia. Cerca de 19% afirmaram que Robinson iria vencer.
Popularidades de Wilma e Fátima não reduziram dúvida do eleitor
E esse não é um exemplo apenas dos candidatos ao Governo. Pelo novo
levantamento da Consult, a corrida pelo Senado, polarizada entre as
populares Wilma de Faria (ex-governador e ex-prefeita pelo PSB), e
Fátima Bezerra (ex-candidata a prefeita e deputada federal pelo PT),
também segue causando desinteresse do eleitor.
Na pesquisa não estimulada, Wilma conseguiu 14,65% das citações.
Fátima, 10,18%. “Não sabe dizer”, 61,76%. “Nenhum”, 12,53%. O que mostra
que a disputa pelo Senado Federal está indefinida para 74% dos
eleitores. E, assim como o Governo, quando se analisa a situação da
pesquisa estimulada, percebe-se que as dúvidas não são tão reduzidas
assim. Cerca de 30% dos eleitores disseram não ter definido em quem
votarão, mesmo sabendo os nomes dos candidatos na disputa.
É bem verdade, no entanto, que Wilma de Faria leva vantagem tanto em
um levantamento, quanto no outro. Afinal, na pesquisa não estimulada,
ela tem 14,65% das intenções de voto, ou seja, 4% a mais que a principal
concorrente, Fátima Bezerra (PT). Na estimulada, Wilma conseguiu 39,3%
das citações, contra apenas 28,29% da principal adversária.
REJEIÇÃO
Wilma de Faria lidera, com cerca de dois pontos percentuais, o índice
de rejeição na corrida pelo Senado. Ela obteve 10,41%, contra 8,35 de
Fátima Bezerra. A ex-governadora do Estado é rejeitada, principalmente,
em Natal, onde 24,6% disseram não votar nela de jeito nenhum. Isso mesmo
Wilma tendo sido prefeita da cidade por três vezes e sendo, atualmente,
a vice-prefeita.
No levantamento da Consult, foram ouvidos 1.700 eleitores e a
pesquisa foi registrada sob os protocolos TSE nº 00261/2014 e TRE nº
00008/2014, tendo sido realizada entre os dias 26, 27 e 28 de julho. Os
resultados da pesquisa estão sujeitos a um erro máximo permissível de
2.3%, com confiabilidade de 95%.
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