A governadora Rosalba Ciarlini (DEM) conseguiu em uma semana arrumar
confusão com todos os setores vitais para um governante de nível
estadual se relacionar.
Primeiro, numa tacada só entrou em rota de
colisão com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), Ministério Público,
Tribunal de Justiça (TJ) e Assembleia Legislativa, ela cortou 10,74% do
orçamento de todos. Tirando esse último (com a ressalva de que apenas o
presidente se pronunciou oficialmente em tom de conciliação e que há
relatos de deputados insatisfeitos), os demais reagiram. Cada um a seu
modo.
O Ministério Público emitiu uma nota advertindo que não foi
informado sobre os cortes. O TJ avisou que iria tomar providências. Em
resposta, a governadora afirmou que ambos reagiram como filhos
insatisfeitos com cortes na mesada. A metáfora pegou mal e serviu apenas
para aprofundar o desgaste. Diante do constrangimento, a governadora
escolheu culpar o Novo Jornal. Em uma nota assinada pelo secretário
estadual de Comunicação, Edilson Braga, o veículo de comunicação foi
acusado de deturpar as declarações.
A atitude fez a governadora bater
de frente com um dos seus principais aliados na mídia: o jornalista
Cassiano Arruda Câmara, dono do Novo Jornal e parceiro histórico do DEM.
A
governadora também esteve em rota de colisão com os prefeitos do Rio
Grande do Norte. Na última semana de julho, ela deixou de fazer os
repasses do Imposto de Circulação Sobre Mercadorias e Serviços (ICMS) e
do Fundo de Manutenção da Educação e Valorização do Magistério (Fundeb).
Foi preciso a Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn)
emitir uma nota denunciando o caso para que ela repassasse os R$ 9
milhões devidos com a explicação de que cometeu um erro.
Como de
costume, a governadora também enfrentou problemas com os servidores.
Depois de cortar o ponto dos professores que estavam cedidos ao
Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte
(Sinte/RN) a entidade finalmente cumpriu a promessa de entrar na Justiça
pedindo uma intervenção federal no Estado por conta dos acordos
descumpridos. A governadora também cortou, sem avisar, praticamente
todas as gratificações das categorias, prejudicando policiais e
professores. Com relação aos servidores, a semana se encerrou com a
possibilidade de greve na Polícia Civil, a decisão final será dada
amanhã em assembleia da categoria.
"QUEBRADO"
Um
dos fatos mais marcantes da semana foi a declaração do secretário
estadual de Planejamento, Obery Rodrigues, admitindo que o "Estado está
quebrado". A fala foi uma preparação para o que estava por vir.
REAÇÕES
A crise gerada pelas últimas atitudes da governadora provocou reações diretas e indiretas.
Na
primeira categoria incluem-se a ação do Ministério Público para voltar a
ter o repasse integral. Em 24 horas, a desembargadora Zeneide Bezerra
determinou o cumprimento do orçamento.
As reações do Judiciário não
terminaram aí. De Currais Novos, o juiz Marcus Vinícius Pereira Júnior
decidiu bloquear a verba publicitária caso o governo não garanta o
tratamento de câncer de uma paciente.
O Tribunal de Contas do Estado
anunciou que faria uma inspeção sobre as reformas de hospitais iniciadas
sem licitação por conta do estado de calamidade pública.
A
Assembleia Legislativa aprovou o requerimento do deputado estadual Kelps
Lima (PR), que convoca os secretários da área econômica a prestar
esclarecimentos sobre a situação financeira do Estado.
fonte o mossoroense
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