domingo, 4 de agosto de 2013

Delegacias do interior do Rio Grande do Norte estão praticamente fechadas

Com o anúncio de uma provável greve por tempo indeterminado marcado para a segunda-feira (12), dependendo apenas de aprovação por assembleia extraordinária, que acontecerá na sede do Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública (Sinpol), a Polícia Civil amarga o pior momento de sua história e as delegacias do interior do Estado funcionam em situações precárias.
O problema com o descaso das DPs do interior potiguar e o desrespeito com a população que procura os serviços das especializadas são ainda maiores na região Oeste, em especial nas cidades de Caraúbas e Angicos, onde um delegado e um agente civil se desdobram para fazer todas as funções, que vão da limpeza do prédio até a prisão de criminosos.
Na cidade de Caraúbas, onde a DP está localizada às margens da RN-117, saída para Olho D'água do Borges, o delegado Anderson Dutra e um agente são os únicos funcionários no local. "Aqui temos que ser multiuso e desempenhar todas as funções. Há quase seis meses estamos funcionando precariamente e sem nenhuma condição de trabalhar, como realmente deveria ser", explicou um agente da Polícia Civil.
Segundo o agente, que teria sido designado para ser investigador, além da falta de pessoal para fazer os serviços da DP, eles têm de enfrentar a falta de material de expediente para confeccionar os Boletins de Ocorrência e outros serviços indispensáveis.
"Para se ter uma ideia, nós temos internet aqui devido uma empresa que trabalha nesta área e doou um pacote para a Delegacia, pois se dependesse dos órgãos superiores nós estaríamos sem ter como acessar a internet", destacou.
Para desenvolver seus trabalhos, o delegado e o agente estabelecem um cronograma de ações. "Quando precisa ser confeccionado um Boletim de Ocorrência, ou mesmo ouvir alguém, o delegado faz as vezes de escrivão. Quando precisamos fazer uma intimação, levar documentos ao Fórum, quem faz este papel sou eu", contou o agente.
PARCERIA
Já quando o assunto diz respeito a operações policiais, prisões e cumprimento de mandado judicial, a dupla da Polícia Civil pede apoio da Polícia Militar. "Se não fosse a parceria com a PM há muito tempo que teríamos fechado as portas, por falta de condições de trabalho", concluiu o agente.
A empregada doméstica Maria do Carmo, residente no bairro Leandro Bezerra em Caraúbas, contou à reportagem do O Mossoroense, que precisou dos serviços da Delegacia de Polícia Civil para prestar queixa de um problema e teve que ir várias viagens à DP para poder ser atendida.
Segundo a doméstica, por diversas vezes quando chegava à especializada, o delegado e o agente estavam realizando outras atividades e não tinha quem fizesse os serviços.
"Eu tive um problema com um sem-vergonha que foi me ameaçar e quando fui procurar a Delegacia Civil quase que não era atendida, porque apenas o delegado e o agente trabalham lá e sempre estavam em serviços externos", destacou.

fonte o mossoroense

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