Com o anúncio de uma provável greve por tempo indeterminado marcado
para a segunda-feira (12), dependendo apenas de aprovação por assembleia
extraordinária, que acontecerá na sede do Sindicato dos Policiais Civis
e Servidores da Segurança Pública (Sinpol), a Polícia Civil amarga o
pior momento de sua história e as delegacias do interior do Estado
funcionam em situações precárias.
O problema com o descaso das DPs do
interior potiguar e o desrespeito com a população que procura os
serviços das especializadas são ainda maiores na região Oeste, em
especial nas cidades de Caraúbas e Angicos, onde um delegado e um agente
civil se desdobram para fazer todas as funções, que vão da limpeza do
prédio até a prisão de criminosos.
Na cidade de Caraúbas, onde a DP
está localizada às margens da RN-117, saída para Olho D'água do Borges, o
delegado Anderson Dutra e um agente são os únicos funcionários no
local. "Aqui temos que ser multiuso e desempenhar todas as funções. Há
quase seis meses estamos funcionando precariamente e sem nenhuma
condição de trabalhar, como realmente deveria ser", explicou um agente
da Polícia Civil.
Segundo o agente, que teria sido designado para ser
investigador, além da falta de pessoal para fazer os serviços da DP,
eles têm de enfrentar a falta de material de expediente para
confeccionar os Boletins de Ocorrência e outros serviços indispensáveis.
"Para
se ter uma ideia, nós temos internet aqui devido uma empresa que
trabalha nesta área e doou um pacote para a Delegacia, pois se
dependesse dos órgãos superiores nós estaríamos sem ter como acessar a
internet", destacou.
Para desenvolver seus trabalhos, o delegado e o
agente estabelecem um cronograma de ações. "Quando precisa ser
confeccionado um Boletim de Ocorrência, ou mesmo ouvir alguém, o
delegado faz as vezes de escrivão. Quando precisamos fazer uma
intimação, levar documentos ao Fórum, quem faz este papel sou eu",
contou o agente.
PARCERIA
Já quando o assunto
diz respeito a operações policiais, prisões e cumprimento de mandado
judicial, a dupla da Polícia Civil pede apoio da Polícia Militar. "Se
não fosse a parceria com a PM há muito tempo que teríamos fechado as
portas, por falta de condições de trabalho", concluiu o agente.
A
empregada doméstica Maria do Carmo, residente no bairro Leandro Bezerra
em Caraúbas, contou à reportagem do O Mossoroense, que precisou dos
serviços da Delegacia de Polícia Civil para prestar queixa de um
problema e teve que ir várias viagens à DP para poder ser atendida.
Segundo
a doméstica, por diversas vezes quando chegava à especializada, o
delegado e o agente estavam realizando outras atividades e não tinha
quem fizesse os serviços.
"Eu tive um problema com um sem-vergonha
que foi me ameaçar e quando fui procurar a Delegacia Civil quase que não
era atendida, porque apenas o delegado e o agente trabalham lá e sempre
estavam em serviços externos", destacou.
fonte o mossoroense
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