quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Em meio à pressão, Carlos Eduardo é impedido de sair da Prefeitura e chega a puxar faixa das mãos dos servidores


na tentativa de sair rapidamente da sede, o prefeito foi cercado por servidores. Foto: Wellington Rocha
na tentativa de sair rapidamente da sede, o prefeito foi cercado por servidores. Foto: Wellington Rocha
A política do “congelamento salarial” apresentada pelo prefeito Carlos Eduardo levou cerca de mil servidores públicos municipais às ruas na manhã desta quarta-feira, criticando a situação de greve provocada pelo governo através dos gritos de guerra “Servidores na rua. Prefeito, a culpa é sua”. Liderados pelo Sindicato dos Servidores Públicos de Natal (Sinsenat), trabalhadores de diversos órgãos da administração municipal que estão paralisados desde o dia 15 de outubro saíram em caminhada pelo centro da cidade até a sede da Prefeitura, no Palácio Felipe Camarão.
As bandeiras do Brasil e de Natal hasteadas indicavam que o prefeito estava na sede da Executivo Municipal no momento em que os servidores chegaram. Em um intervalo de dez minutos, a bandeira de Natal foi recolhida, de modo a sinalizar que Carlos Eduardo não estava mais no local. Entretanto, na tentativa de sair rapidamente da sede, o prefeito foi cercado por servidores.
“Eu assumi agora. Não tenho culpa dos problemas que aconteceram”, disse o prefeito, em meio aos questionamentos dos servidores. Ao lado do chefe de gabinete Sávio Hackradt, que tentava lhe encaminhar ao veículo da prefeitura, Carlos Eduardo berrou, puxou a faixa das mãos de um dos servidores e, chateado, disse que sairia do local de todo jeito. “Eu vou passar! Eu vou passar!”. No contra-fluxo dos servidores, ele finalmente entrou no carro e acenou para a população.
De acordo com o Sinsenat, o prefeito Carlos Eduardo está se negando a apresentar uma nova proposta para o fim da greve dos servidores, que estão reivindicando o cumprimento da data-base vencida no mês de março deste ano. “Durante dez meses nós tentamos negociar com prefeito e sensibilizá-lo para o cumprimento da lei da data-base em 2013. Mas ele quer retornar à sua política da gestão anterior, que é oferecer um salário mínimo ao servidor. Carlos Eduardo quer retornar aos últimos seis anos de sua gestão e congelar o salário de mais de quatro mil servidores, sem respeitar o tempo de serviço e a qualificação dos profissionais”, questionou a presidente do Sinsenat, Soraya Godeiro.
Segundo Soraya, a Lei 118 que implantou o cumprimento à data-base especifica que o servidor público municipal tem direito ao reajuste de 5% de quatro em quatro anos, relacionado à mudança de nível. “Ele está desrespeitando o direito dos servidores e isso é inaceitável. Ele quer fazer a mesma coisa que ele fez na última gestão, mas não iremos aceitar. Permaneceremos em greve até que ele crie vergonha, respeite os servidores e apresente uma proposta decente”, afirmou Soraya Godeiro.
A paralisação unificada dos servidores está reunindo trabalhadores da maioria dos órgãos da administração direta, entre eles funcionários públicos das Secretarias de Obras Públicas e Infraestrutura (Semopi), Serviços Urbanos (Semsur), Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), Mobilidade Urbana (Semob), guardas municipais, servidores da saúde, educação e turismo, além dos profissionais das secretarias de Trabalho e Assistência Social (Semtas), Gestão de Pessoas, Logística e Modernização Organizacional (Segelm), Controladoria Geral do Município (CGM) e NatalPrev.
Servidor da Controladoria Geral do Município, um dos órgãos mais importantes da administração, Adailton Xavier se mostrou preocupado com as condições dos servidores que permanecem em greve. “Cerca de 90% dos servidores efetivos da CGM estão parados. Resolvemos nos engajar nessa luta porque a data-base não está sendo cumprida e precisamos da recomposição salarial provocada pela inflação”, disse.
Segundo Adailton, o acúmulo de processos na Controladoria já é bastante significativo. “Estão trabalhando apenas servidores comissionados e estagiários. Isso faz com que haja acúmulo do número de processos, travando situações importantes que precisam ser resolvidas nas áreas da educação, saúde, transporte. Até os processos relacionados à mobilidade para a Copa do Mundo estão parados. Todos os processos de dispensa pública passam pela CGM e, neste momento, eles se encontram parados”, destacou.

do portal JH

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