Por Honório de Medeiros
O que impressiona, nessa crise no Estado do Rio Grande do Norte, é:
(1) o isolamento do Poder Executivo Estadual face aos outros poderes e à Sociedade;
(2) a incapacidade de previsão do Poder
Executivo em relação à queda de arrecadação, claramente delineada
anteriormente pela crise econômica mundial e nacional;
(3) a falta de critérios do Poder
Executivo quando corta gratificações de servidores públicos, mas não
corta secretarias desnecessárias e cargos em comissão irrelevantes;
(4) o deliberado alheamento dos outros
poderes, incluindo Tribunal de Contas e Ministério Público, em perceber
que o corte linear tem que atingi-los, pois sua necessidade é óbvia,
contingencial e se impõe a todos, não somente ao Executivo,
principalmente porque eles são co-responsáveis pelo quadro atual;
(5) a ausência de medidas por parte dos
órgãos responsáveis no sentido de punir as ilegalidades cometidas pelas
autoridades que permitiram a atual circunstância de natureza
econômico-financeira;
(6) a impossibilidade, gritante, até
agora, dos líderes do Estado, em perceberem que a situação afeta todos,
indistintamente, embora de forma mais dura, à população mais humilde.
As elites políticas do Estado não
perceberam, até agora, que o problema não é somente financeiro. É
político, econômico e financeiro. O atraso no pagamento da folha de
pessoal repercute diretamente em um contingente expressivo da população
do Estado.
Se para cada servidor atribuirmos cinco
outras pessoas que indiretamente sobrevivam de sua remuneração teremos,
no Rio Grande do Norte, aproximadamente 700.000 em um total de um pouco
mais de 3.000.000 de habitantes.
Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura do Natal e Estado do RN
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